Capítulo 116 - Sensação de proteção

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O homem nasce mau ou é fruto do meio?

Esse era o questionamento de Wei Huli por ora, já que estava em uma situação nem um pouco sociável entre três jovens guerreiros que o cercaram de um modo nada agradável.

Após sua crise há alguns dias atrás, a raposa branca continuou seu plano e passando a todos uma imagem vulnerável, bondosa e "fraca" aos olhos de outros, que achavam que tinham uma força física maior. Por causa disso, Wei Ming fez com que o Jovem Mestre Wei treinasse todos os dias o arco e flecha, visto que também era a arma principal que costumava utilizar em suas batalhas.

O líder acreditava que o arco, simbolicamente falando, relacionava-se com o papel de "intermediário" entre o mundo superior, no caso o Céu, e o inferior, a Terra. As duas pontas do arco indicariam, portanto, ao disparar a flecha, a simbologia para estes mundos.

Entre as duas extremidades, a corda que as une e a aproxima.

Wei Huli não achou ruim treinar arco e flecha. Pelo contrário, achou fascinante. O único ponto desagrádavel era ser treinado pelo próprio líder do clã Wei e para complementar, queria que todos os jovens guerreiros o vissem praticamente. Como a raposa exerceu um papel de "criança frágil", ele errava algumas vezes de propósito para não chamar tamanha atenção sobre seu verdadeiro poder e habilidade manual. E, por conta disso, começou a reparar que um trio de amigos o menospreza com risadas baixas. Então, para não perder sua paciência, o Jovem Mestre Wei pegava algumas horas do seu dia para treinar sozinho e na floresta, a qual já era bem habituado e sabia se locomover bem.

Porém, em um dia que ousou ultrapassar um pouco os domínios florestais do clã Wei e ir em direção a uma área do clã Hong, os três jovens guerreiros que sempre caçoavam de sua cara, apareceram por trás e o encurralaram.

"Jovem Mestre Wei, o que você veio fazer nas áreas do clã Hong? Isso pode causar uma grande briga...", o jovem de cabelos escuros comentou, chegando mais perto de Wei Huli, que segurou com força o arco em suas mãos. "Bom, já que estamos aqui, por que não treinamos todos juntos?"

O jovem de olhos roxos franziu a testa, tentando entender qual era o propósito daqueles humanos tão egocêntricos.

Em seguida, o guerreiro que tinha cabelos mais puxados a tons castanhos, mostrou aos outros uma caixa que tinha alguns furos nas partes laterais e no topo. Ele abriu um sorriso sádico e disse, com os olhos brilhando de tamanho entusiasmo:

"Dentro dessa caixa, conseguimos capturar um animal feroz. Uma raposa de pelo preto! Eu nunca tinha visto uma assim. Essa cabeça ficará linda em nossa coleção, não acham?"

"Com certeza. Será bem interessante ter uma raposa em nossa coleção de animais que conseguimos golpear com o arco e flecha", o guerreiro de cabelos escuros respondeu, olhando em seguida para Wei Huli, que estava mais pálido do que o normal. "O que houve, Jovem Mestre Wei? Não consegue matar um mero animal?"

Foi nesse momento que a raposa branca começou a pensar sobre a verdadeira natureza de um ser humano. Ela olhou para os três garotos que estavam ansiosos para matar um pobre animal inofensivo e ainda por cima, fazer com que outro, além deles, começasse a sujar suas próprias mãos de sangue.

Wei Huli sentia que aquele tipo de maldade já existia dentro daqueles corações, que nasceram com uma podridão. Por outro lado, em uma visão diferente, essas atitudes pejorativas poderiam ter aparecido como consequências de uma comparação social, ou seja, assim que esses três guerreiros sentiram que poderiam ser considerados como superiores a um Jovem Mestre, eles começam a nutrir esse sentimento ruim.

Por mais que tivesse pensado de duas formas, o jovem de cabelos acinzentados estava sentindo um imenso fervor dentro do peito. Se esses guerreiros que estavam o cercando realmente nasceram daquela forma, com uma maior energia Yin, eles não o deixariam em paz até matar aquela raposa preta.

The Cultivation of the GazeTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang