Capítulo 25 - Confiança deve ser conquistada

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Xiao Yan tirou, aos poucos, sua mão direita do rosto, observando melhor a situação a sua frente e ficando bastante surpreso. O cultivador, que não conhecia, tinha acabado de dar um selinho na testa de Hu Long, um jovem atrevido que muitos nem ousavam se aproximar, tanto pela reputação do massacre de almas quanto pela sua personalidade, nem um pouco admirável por superiores. Então, aquela aproximação entre o Daozhang e o Assassino de Olhos Sanguinários foi inesperada aos olhos do costureiro famoso que, por um certo momento, teve sua mente travada pela cena.

Por outro lado, assim que Fai Chen ouviu a voz do homem delicado entrando no quarto, seu rosto ficou da cor de uma sichuan. Com medo de que Xiao Yan reparasse em sua reação, não levantou da cama e apenas arrumou o lençol de Hu Long que, pelos seus sentidos, estava um pouco torto, não cobrindo uma parte da perna esquerda do rapaz.

"Não se preocupe com isso, estava apenas o tranquilizando", Fai Chen respondeu brevemente a Xiao Yan, que após ouvir a resposta, segurou um riso.

"Claro! Foi exatamente o que eu pensei! Bem... Eu só vim chamá-lo para irmos tomar uma sopa quentinha!"

O cultivador respirou suavemente, acalmando-se pela voz amável do costureiro. Para Fai Chen, as vozes sempre significaram muitas coisas. Através delas, era capaz de compreender o que realmente um ser humano estava querendo demonstrar ou insinuar. Portanto, quando Xiao Yan utilizou um tom delicado, o ar se tranquilizou imediatamente, dando um alívio para o outro homem acordado, que agora não estava mais com seu rosto pegando fogo pela tamanha vergonha de ter sido visto dando um breve beijo na testa de Hu Long, já adormecido.

Sendo assim, Fai Chen levantou da cama e caminhou para a porta do quarto de hóspedes, à qual Xiao Yan o esperava. Quando ambos os homens estavam frente a frente, o mais alto deles, Fai Chen, sentiu uma mão quente pegando a sua, mas não a apertando. Sua mão foi pega delicadamente pelo costureiro apenas para guiá-lo provavelmente para cozinha, onde iriam tomar a sopa.

Ao chegar no novo cômodo, o homem vendado sentou em uma das cadeiras disponíveis ao redor de uma mesinha não tão extensa e Xiao Yan sentou em sua frente, colocando dois potinhos pequenos de sopa, um para ele e outro para o Daozhang.

"Muito obrigada pela gentileza. O cheiro está muito bom", Fai Chen comentou, curvando rapidamente sua cabeça como um ato de respeito e agradecimento. Logo pegou o seu potinho de sopa em suas mãos e com uma colher, começou a provar.

"Não precisa me tratar desse modo tão formal, Daozhang! Eu gosto de ajudar conhecidos e por mais que eu nunca lhe tenha visto antes, você é amigo de Hu Long e para ele confiar em alguém... Oh, é realmente algo difícil! Então, creio que ele saiba com quem está andando! ", Xiao Yan respondeu a Fai Chen, aproveitando para provar também sua própria sopa. "O que achou da minha receitinha caseira? Eu não costumo cozinhar muito... Na verdade, sou péssimo na cozinha! Uma vez eu consegui queimar a minha panela... Eu só tinha ido costurar uma peça e quando voltei, ela já estava pegando fogo! Ha ha ha! Eu amo contar sobre as histórias mirabolantes de minha humilde pessoa contra a cozinha!"

O cultivador ficou confuso com tantas frases e assuntos vindos do outro rapaz. Xiao Yan era um homem que gostava de conversar e mesmo não conhecendo as pessoas a sua frente, sempre buscava um assunto para ambos não ficarem em silêncio. Ao analisá-lo desta forma, um riso saiu dos lábios de Fai Chen.

"Sua sopa está ótima", o mais alto começou a respondê-lo, tentando se lembrar das outras frases ditas pelo mesmo. "Eu sinto que cozinhar é uma arte. Algumas pessoas conseguem com estudos e práticas compreender ou aperfeiçoá-la. Porém, não há problema algum em não saber cozinhar..."

Ao lembrar de suas histórias sobre cozinhar, seu coração apertou. Em sua pré-adolescência, quando parou de ser vendido para outros clãs e com a perda de sua mãe, seu pai, Fai Xin, enlouqueceu por completo. Por um tempo, forçou seu próprio filho a trabalhar junto com as servas cozinheiras e se caso o mesmo não lhe trouxesse um prato bom em toda refeição, iria chicoteá-lo até suas costas arderem e sua consciência se abalar. Graças a essa atitude, o garoto lutou por pelo menos 6 meses para preparar os melhores pratos e sobremesas para seu pai.

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