Horizon Zero Dawn (22/07/2021)

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Platinei o game principal, só faltando alguns troféus da expansão "The Frozen Wilds" e o New Game Plus (que eu talvez faça futuramente). Baixei-o gratuitamente para o PS4 pela iniciativa "Play at Home", e foram 68 horas jogadas não continuamente desde maio.

Fui surpreendido bem positivamente.

Venho evitando jogos de mundo aberto pela limitação de tempo a jogar, mas Horizon oferece uma experiência equilibrada, com um mapa não tão vasto e sidequests que, embora pipoquem conforme se explora, não são tão numerosas – e justamente por isso se tornam memoráveis e legais de fazer. Até mesmo tarefas com delimitação de tempo e regras, que eu geralmente detesto (como é o caso dos Campos de Caça neste jogo), possuem manhas para serem resolvidas mais facilmente, evitando irritação.

Tive, porém, alguns problemas: o sistema de orientação do jogo, por demarcadores de trajeto, acaba tornando o deslocamento mais confuso ao invés de simplificá-lo (por seguir as estradas do mapa, levando a voltas desnecessárias e, quando não, áreas perigosas). Além disso, me irritou bastante as viagens rápidas requererem itens consumíveis. Por um lado, interpretei ser uma intenção deliberada dos criadores para motivar a exploração do mapa atrás de recursos e segredos. De outro, ainda acho que a opção de viajar rápido ou não deveria existir ilimitada desde o início. Está certo que existe um consumível capaz de tornar as viagens ilimitadas, porém só fui achar a Pele de Raposa necessária para criá-lo quando já estava nuns 70% do game.

O combate é ótimo, e acaba sendo outro fator que motiva a exploração. Existem inúmeros recursos e estratégias para derrotar as máquinas, que se adequam ao estilo de cada jogador (eu, por exemplo, praticamente terminei o game sem usar armadilhas – embora trocando ideias com mais gente, vi que muitos usam). Sem contar ser extremamente satisfatório buscar os pontos fracos dos inimigos e causar danos críticos ao acertá-los, ou descobrir um recurso novo capaz de afetá-los com maior eficácia: apesar de difícil, é algo que estimula a progressão conforme a Aloy sobe de nível e consegue acesso a armas mais poderosas.

Mas para mim, o ponto mais forte do jogo é a narrativa. Ela é muito bem conduzida e cadenciada, revelando seus mistérios de forma instigante e envolvente. Acaba sendo primorosa até na estruturação técnica: eu joguei a expansão Frozen Wilds após ter avançado uns 80% na história principal (logo após o "Cemitério", já na entrada do território Banuk), e fiquei surpreso em como os eventos dela se encaixaram perfeitamente no jogo padrão, inclusive ao longo do desfecho. Como existe a possibilidade de jogar a expansão após a campanha principal, creio que os diálogos e eventos mudem para fazer essa adequação – um apego aos detalhes de que gosto muito em jogos.

O worldbuilding também é excelente. De uma suposta ambientação de fantasia genérica, vamos descobrindo que o mundo do jogo faz parte de uma minuciosa trama de ficção científica, na qual a humanidade sucumbiu a um apocalipse tecnológico. A caracterização das tribos, como as ruínas e artefatos do velho mundo são enxergados pelos sobreviventes, até dilemas éticos envolvendo inteligência artificial, natureza humana e o quanto se deve ou não interferir em culturas alheias – tudo isso permeia o enredo. A tarefa de recolher coletáveis pelo mapa – geralmente trivial e repetitiva em games de mundo aberto – ganha um sentido a mais aqui por contribuir ao entendimento do cenário.

Em resumo, Horizon Zero Dawn é ótimo, marcante principalmente por sua história e apego aos detalhes – e embora a jogabilidade tenha uns deslizes aqui e ali, certamente não desmerece suas qualidades. Um dos melhores títulos que joguei no PS4 até agora. 

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