Resident Evil 2 Remake (09/02/2019)

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Depois de jogar nos modos Padrão (Leon A / Claire B) e Intenso (Claire A, Leon B), sinto-me seguro para detalhar minhas impressões sobre o Resident Evil 2 Remake.

Antes de tudo, alerto que escreverei esta review como fã de longa data da série, entendendo não conseguir separar uma coisa da outra (e nem dever). Por isso, haverá referências e comentários que jogadores menos iniciados no mundo de Resident Evil poderão não sacar – ou dar muita importância.

E, claro, o texto estará cheio de SPOILERS. Se você ainda não jogou o Remake, venha ler só depois de terminá-lo.

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Resident Evil 2 tem uma importância quase mitológica em minha vida. A começar pela antecipação em relação ao lançamento, lá em 1997: desde o disco demo vindo com o Resident Evil Director's Cut, até a versão beta vazada em que se jogava na gambiarra, podendo se teletransportar a qualquer sala e não existindo os sprites da Ada, o Leon interagindo com ele mesmo na voz da personagem.

Na época eu era criança, morria de medo e apenas assistia ao meu pai jogar. Mas para se ter ideia do fenômeno que RE2 causou, lembro-me das inúmeras revistas de games com matérias e detonados sobre o jogo, a grande quantidade de fãs que conheceram a série por ele, e até um canal de televisão, o qual não me recordo, exibindo um guia completo e narrado sala a sala do jogo tarde da noite (já procurei isso na Internet, porém nunca achei – fica a dica a quem quiser escavar!).

Jogar para valer foi apenas de 2001 em diante, primeiro com as armas infinitas do modo Arrange, conhecendo o enredo do início ao fim, para então desbravá-lo no modo padrão e desbloquear, na versão Dual Shock, o clássico Extreme Battle (que permanece a coisa mais legal do game para mim, até hoje).

Dada a popularidade do game, já convertido para inúmeros consoles (creio só perder para o Resident Evil 4 em número de versões, RE2 existindo até em cartucho para Nintendo 64!), sempre houve pressão dos fãs por um remake, principalmente depois que a Capcom refez o primeiro jogo, em 2002 (ganhando um remaster anos mais tarde). Eu via necessidade num remake de Resident Evil 2? Confesso que não. É um game bem polido e superior em inúmeros aspectos ao anterior. Mas eis que a Capcom anunciou estar trabalhando nele. E com isso veio o famoso hype.

Após anos de segredo, trailers e gameplays só divulgados meio ano antes do jogo sair, agora temos o aguardado remake de Resident Evil 2 em mãos. O que falar dele?

HARMONIA PERFEITA DA SAGA

Um das maiores controvérsias sobre Resident Evil, na última década, foi o jogo ter se transformado numa franquia de ação. A tendência se iniciou em Resident Evil 4, intensificou-se em Resident Evil 5 e teve seu desastroso ápice em Resident Evil 6, que tentou agradar a todos, e não agradou ninguém. Desde então, a Capcom ouviu os fãs e tentou migrar pouco a pouco de volta ao "survival horror": primeiro com os Revelations, depois com Resident Evil 7 e agora, com RE2 Remake, que usa justamente a mesma engine do penúltimo game citado.

Durante anos, fãs brigaram a respeito de uma câmera acima do ombro do personagem funcionar ou não num game com zumbis. Eu sempre defendi que sim: a prova disso se chama "Resident Evil: Dead Aim", para Playstation 2, que une as duas coisas com razoável competência. Outros argumentavam que esse tipo de jogabilidade só serve para foco em ação, não terror. Pois bem: Resident Evil 2 Remake utiliza câmera acima do ombro, e faz isso maravilhosamente bem.

O medo dos fãs antigos, com essa escolha, seria o jogo deixar o terror de lado em nome da ação frenética. Não foi o que aconteceu. RE2 Remake casa muito bem a jogabilidade nova com o survival horror antigo. Claro, houve adaptações, bastante compreensíveis: os zumbis estão MUITO fortes, geralmente demandando muita munição para caírem e sendo difícil determinar com certeza quando deixarão de se levantar. A razão é que, com sistema de mira acima do ombro, seria muito fácil derrubá-los se tivessem a mesma baixa resistência dos jogos antigos.

GOLDFIELD - Nerdices e análisesWhere stories live. Discover now