GoldenEye 007 - Novelização (19/12/2023)

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Concluindo algumas metas de leitura num ano em que eu queria ter lido muito mais, terminei a novelização de GoldenEye, meu filme (e jogo) preferido do 007, por John Gardner.

Se as novelizações costumam expandir o material audiovisual em que são baseadas, este livro se foca quase somente nos próprios acontecimentos de tela, tendo uma linguagem rápida e enxuta. Há, sim, algumas adições: certas elipses do filme são explicadas, desde como Bond conseguiu chegar à represa do prólogo, ou como escapou de São Petersburgo com a Natalya depois do confronto no trem do Trevelyan. Nesta última parte, aliás, 007 usa disfarce – algo que vemos muito pouco nos filmes, mas condiz muito mais com uma trama de espionagem.

Dá para perceber que Gardner trabalhou em cima de uma versão preliminar do roteiro, já que certas passagens ou diálogos são ligeiramente diferentes – em alguns pontos há ganho, em outros perda. A clássica fala "For England, James?", por exemplo, não está presente. Porém, há trechos expondo melhor acontecimentos ou motivações de personagens.

GoldenEye é, acima de tudo, uma história sobre o mundo imediatamente após a Guerra Fria e se James Bond continuaria relevante nele. Há uma passagem adicional, cortada do filme, em que o agente da CIA Jack Wade leva Bond para um passeio por São Petersburgo, mostrando as mazelas causadas pela forma como a URSS implodiu e até questionando o que funcionava melhor no sistema antigo, algo que também acrescenta ao material do cinema. O subtexto de como os serviços de Inteligência passaram a trabalhar pós-Guerra Fria, com base em análise de dados e tecnologia acima de intuição em campo, também é muito mais elaborado.

Enfim, para quem é fã de GoldenEye, o livro é uma curiosidade que recomendo bastante.

Agora começa minha jornada lendo vários romances do 007 em ordem cronológica. Já comecei Cassino Royale. Aguardem minhas impressões.

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