Resident Evil Village (04/12/2021)

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Terminei a campanha duas vezes, uma na dificuldade "Normal", e outra no "Intenso" (com New Game+ e as armas da partida anterior, porém – já que tenho evitado me estressar jogando videogame), e concluí algumas sessões do modo "Mercenaries".

Achei Resident Evil Village um jogo extremamente divertido e com alto fator replay (algo que tenho encontrado pouco em games recentes), com pontos positivos que compensam suas falhas.

Mais detalhes abaixo.

Há SPOILERS espalhados pelo texto.

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Detalharei minhas impressões por tópicos.

APRESENTAÇÃO E AMBIENTAÇÃO

Primeiro, achei genial um game de RE homenagear o terror gótico. Com os jogos anteriores da série sempre referenciando clássicos do horror (filmes de zumbis, animais assassinos, a série Alien, O Massacre da Serra Elétrica e muito mais), nada mais condizente haver também um título pagando tributo a Drácula, Frankenstein, o Lobisomem clássico, a Ilha do Dr. Moreau, dentre outros.

Muitos fãs torceram o nariz a essa decisão antes de o jogo sair, alegando "não combinar com Resident Evil" (e ignorando toda a variedade de criaturas e ameaças já inseridas na saga) – mas combina, sim, e foi uma opção bem acertada. Em diversos momentos, aliás, cenários e monstros aludem a uma versão melhor executada do filme "Van Helsing", de 2004 (que é ruim, sim, mas um "guilty pleasure" meu e de muitos, não é?).

Algo curioso, mas que não chega a ser um demérito, e como este jogo é praticamente um remake/reimaginação do Resident Evil 4. Não, não foram alguns elementos aqui e ali que serviram de inspiração: RE Village bebe em RE4 em praticamente TUDO.

Da premissa de um líder local inspirar um culto religioso e manipular as pessoas com parasitas (Lorde Saddler/Mãe Miranda), a seus lacaios controlarem diferentes áreas do território (aliás, alguém mais percebeu a contraposição do Salazar baixinho e da Dimitrescu alta serem lordes de um castelo em cada versão?), os mesmos cenários (vila, castelo, área com píer, ruínas, cavernas, uma fábrica...), a existência de um "Mercador" (agora, o Duke, que inclusive faz piada com falas do Mercador de RE4), inimigos dropando itens e dinheiro para transações com o Mercador (além da caça a tesouros pelo mapa com o mesmo intuito), boss fights aludindo às de RE4 (como Moreau ser uma versão do "Del Lago")... Caramba, até a tela de créditos usou a mesma ideia de mostrar cenas da vila contando o processo como a população se transformou!

De modo geral, o game é um RE4 transplantado da Espanha à Romênia.

Eu particularmente gostei disso, pois RE Village acabou se tornando uma versão mais sombria do que RE4 poderia ter sido. Porém, é questionável a Capcom realizar esse projeto e ainda trabalhar num remake de RE4. Além de o jogo original ter envelhecido bem, o que torna a ideia de refazê-lo controversa, haver RE Village cumprindo essa função torna o game a ser lançado ainda mais redundante.

Mesmo com tantas ideias vindas de outro jogo, tudo é muito bem apresentado. Os cenários são excelentes e muito imersivos, criando uma jornada muito mais ampla e interessante que a de RE7 (também um bom game, mas superado por este aqui). A união de backtracking, reviravoltas no enredo (mesmo as ruins – falarei mais disso adiante) e diversidade de locais fazem a experiência do jogo parecer mais longa do que realmente é. Neste caso, não por um motivo negativo, mas por cumprir bem a função de surpreender o jogador e atirar algo inesperado em seu colo a cada curva.

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