Vingadores: Ultimato (01/05/2019)

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O ano era 2008.

Segundo ano da faculdade. Fã de filmes de super-heróis desde a adolescência, comecei a realmente ler quadrinhos depois de descobrir um sebo em Franca com pilhas de HQs a preços módicos. "The Dark Knight" foi a apoteose do período, filme que levou o Batman – do qual já gostava muito – a um novo patamar. O incômodo com a bagunça que havia sido Homem-Aranha 3, no ano anterior, permanecia.

Eis que surgem os primeiros comerciais na TV e notícias em sites de entretenimento sobre "Homem de Ferro".

Na época, não entendi direito do que se tratava. Certo, um filme sobre um herói da Marvel pouco conhecido fora das HQs. Todos destacavam ter sido feito, pela primeira vez, por um estúdio da própria Marvel, e não outro a quem vendera os direitos. Vi no cinema. Filme legal, personagem carismático. Usaram a música do Black Sabbath, massa! Cena pós-créditos – até então recurso empregado em poucos filmes...

"Iniciativa Vingadores".

Então havia um plano maior ali. Como fã dos filmes da Marvel feitos até aquele momento, sempre quisera ver a união dos personagens, como o Homem-Aranha interagindo com os X-Men, ou o Demolidor lidando com o Justiceiro. Eles começariam pela equipe dos heróis mais poderosos da editora. Meses após "Homem de Ferro", veio o "Hulk" – filme que confusamente tomei, num primeiro momento, como continuação do outro de 2003. Tony Stark surge no fim para falar com o general Ross. Eles realmente tocariam aquele projeto adiante! A dúvida, que permaneceu durante os primeiros anos, era se dariam conta de organizar e continuar tantas franquias interligadas por muito tempo, dada a vastidão do elenco e a grandiosidade das histórias.

Bem, aqui estamos.

"Vingadores: Ultimato" é o ápice do intento de levar filmes de super-heróis a um novo nível, conseguindo adaptar não só heróis isolados, mas todo um universo há décadas concatenado nas HQs, ao cinema. É um marco histórico, uma saga inesquecível da qual terei orgulho em falar às próximas gerações, principalmente por ter testemunhado sua gênese e evolução. E, mesmo com seus altos e baixos, dificilmente poderia ter fechado seu primeiro arco, de 22 filmes, de melhor maneira.

Se você ainda não viu o filme, pare por aqui, pois agora iniciarei a análise com SPOILERS.

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SURPRESAS, E MAIS SURPRESAS

Todos nós tecemos teorias sobre "Ultimato" antes do filme sair. Desde quem ia morrer ou sobreviver, até mesmo como Thanos seria derrotado (cabendo, aqui, destaque ao infame plano envolvendo o Homem-Formiga). Um dos pontos mais sensacionais da produção, quanto a isso, é ter fugido da maioria das expectativas.

Sabiamente, a Marvel divulgou muito pouco do filme antes do lançamento, a maioria das cenas dos trailers retirada da primeira meia hora. Pontos do roteiro que prometiam um desenvolvimento mais intrincado são resolvidos rapidamente, como Tony Stark e Nebulosa à deriva no espaço. Pouco depois, somos bombardeados com uma possível luta contra Thanos logo de cara – para sermos apresentados a uma versão enfraquecida e já sem propósito do vilão, que é inclusive morto brutalmente pelo Thor.

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