Sobre Star Wars em minha vida (véspera da estréia do Episódio VII - 16/12/2015)

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Era começo do ano 2000. Tinha 11 anos.

Eu e meus pais fomos a uma daquelas quermesses da paróquia da cidade, e a cada noite estavam passando filmes numa das salas do prédio onde funcionava a catequese, projetando num daqueles telões brancos de rolar que se usa pra projetar datashow. Um minicinema.

Numa das noites ficamos sabendo que eles passariam o Episódio I de Star Wars, primeiro da nova trilogia e que havia estreado bons meses antes, em 1999. Lembro do "hype" à época, mas não acompanhei tanto por não me interessar pela franquia quanto por morar em cidade pequena do interior, à época sem cinema (que voltaria a funcionar em meados daquele mesmo 2000). Até então a única coisa da franquia com que tinha mais contato eram os jogos. Em 1999 ganhei um Nintendo 64, e lembro que comprei um exemplar da revista Nintendo World com um detonado do jogo Shadows of the Empire e tudo sobre o jogo de pod-racing, já baseado no Episódio I, que sairia junto com o filme - mas só fui jogar os dois muitos anos mais tarde, via emulador. Conhecia a saga pelo seu renome, mas nunca tinha tido contato. Do filme novo só sabia o básico: o menininho chamado Anakin um dia viraria o Darth Vader, coisa que geral comentava à época.

Sou a prova viva de que o Episódio I funciona com crianças. Adorei o filme - e só fui começar a processar todos os defeitos que ele tem quando vi lá pela terceira vez, já no fim da adolescência. As cenas de batalha dos droids e particularmente os duelos com sabres de luz ficaram fixados na minha memória. Lembro que nessa exibição da quermesse inclusive cortaram o filme antes do final, naquela cena do Obi-Wan falando ao Yoda que havia decidido adotar o Anakin como aprendiz - só fui ver as 2 últimas cenas uns dois anos depois.

Pouco tempo mais tarde migrei para o Playstation e peguei a adaptação do filme para jogar, outra coisa que me marcou - embora a cópia fosse malfeita e travasse sem possibilitar avançar no jogo logo após a parte de Naboo.

Em 2002, finalmente, conheci a trilogia clássica. O SBT fez o épico favor de passá-la na íntegra (as versões de 1997, já com modificações feitas pelo George Lucas), um filme a cada noite de sábado, acompanhada do Episódio I (ao qual reassisti) para preparar o lançamento do Episódio II: Ataque dos Clones. É uma das minhas melhores lembranças ficar acordado até tarde nos fins de semana acompanhando a saga de Luke, Leia e Han Solo - e comprovar como todos aqueles filmes eram mesmo bons. Aliás, toda uma geração deve ao Silvio Santos ter conhecido a trilogia clássica nessa exibição do SBT, visto que antes os filmes estavam esparramados entre vários canais e era muito difícil conseguir ver todos - inclusive na ordem. Lembrando, também, que videolocadoras nem sempre possuíam os VHS à época e a Internet era um bebê quanto a downloads - sendo que a minha casa nem tinha.

Semanas mais tarde, a expectativa estava nas alturas para conferir o Episódio II - primeiro que vi no cinema de toda a saga. Só que, para minha decepção, a melhor coisa do filme foi o trailer do filme do Resident Evil, lançado também naquele ano. Já àquela época detestei e me perguntei o que havia acabado de assistir - sentindo-me incomodado principalmente pelo excesso de CGI e a história fraca. Mas minha paixão por Star Wars tinha vindo para ficar.

Em 2005 chegou o Episódio III. Alta expectativa em finalmente testemunhar Anakin Skywalker se converter em Darth Vader. Fui novamente ver no cinema de minha cidade - só para o projetor pifar na metade do filme e eu só poder conferi-lo na íntegra em DVD meses depois. Minha história com a Força é cheia de trancos e barrancos. Dessa vez, porém, não fiquei decepcionado. Acompanhando a opinião de muitos, A Vingança dos Sith continua o ponto alto da trilogia I-II-III.

Nos anos seguintes conheci e comecei a me aventurar pelo universo expandido. Joguei vários games (Jedi Knight e Galactic Battlegrounds continuam os meus favoritos), li novelizações (eterna gratidão ao que me presenteou com o Sombras do Império na faculdade e tantos conhecimentos sobre a saga), comprei os DVDs e finalmente pude ter aquela saga que demorei tanto a assistir disponível a qualquer momento que quisesse revisitá-la.

E eis que, em 2012, é anunciada a venda da LucasFilm e a vinda do Episódio VII.

De lá até agora foram muitas especulações, apreensão e ansiedade.

Chegou o momento de conferir se a jornada do herói continua viva.

Independente de o novo filme ser bom ou não, fico feliz em me juntar a vocês, meus amigos, nessa empolgação movida pelo poder do mito. Hoje, a partir da meia-noite, cinemas estarão lotados reavivando as narrativas antes contadas pelos aedos nas acrópoles ou em torno das fogueiras.

Só essa sensação já vale, por si só, a pena.

Que a Força esteja com vocês.  

GOLDFIELD - Nerdices e análisesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora