Star Wars: Episódio IX - A Ascensão Skywalker (28/12/2019)

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Assisti ontem.

Creio que a real "Díade da Força" seja o quão este filme me deixou dividido.

Aqui vai um comentário de minhas impressões, contendo SPOILERS.

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"Star Wars" sempre foi sobre jornada do herói, personagens cativantes e bem x mal, com uma história simples e emocional. Sim, isso é bem verdade, e é o que faz da trilogia clássica (IV, V e VI) tão reverenciada até hoje. Sendo assim, um filme da saga que explore bem esses elementos com certeza é capaz de agradar fãs e espectadores casuais, o que a Disney entendeu muito bem... até certo ponto.

"O Despertar da Força", primeiro filme da atual trilogia, abrange todos esses elementos e os estrutura de maneira satisfatória, criando uma trama coesa. Ser um quase remake do Episódio IV é mais qualidade do que defeito no quesito ao que evoca, investindo tanto na novidade quanto na nostalgia. Não à toa, é o longa da trilogia que mais se aproxima de um consenso do público. Ou seja, mostrou ser possível trazer os elementos que definem o que Star Wars é, com uma história de poucos problemas de estrutura.

"Os Últimos Jedi" dividiu a base de fãs, embora eu esteja do lado de quem acredita que o filme mais acrescentou do que subtraiu à saga, criando uma trama cheia de expectativas quebradas que, ainda assim, lhe faz muito jus. O melhor exemplo é o arco do Luke Skywalker, de mestre desiludido e autoexilado (algo bem condizente com tudo o que passou), aprendendo com o fracasso e se redimindo numa das melhores cenas de toda a saga (quando enfrenta a Primeira Ordem), criando novo incentivo à Rebelião desacreditada. Além de trabalhar muito bem em cima de temas similares aos de "O Império Contra-Ataca", a esperança e determinação persistirem quando tudo parece perdido não é um tema caro à saga? Como, com essa conclusão, ela teria sido "desvirtuada"?

E aí chegamos ao encerramento em "A Ascensão Skywalker". Todo baseado em teorias cogitadas pelos fãs desde o Despertar da Força, amarrando-as de maneira a satisfazê-los com pouco espaço aos questionamentos criados em Os Últimos Jedi... à custa de um roteiro cheio de problemas e situações forçadas que ignorou as boas deixas do filme anterior, que poderiam ter levado a um final melhor estruturado e igualmente, senão mais, apoteótico.

Como fã, diversas partes de "A Ascensão Skywalker" provocaram euforia e me arrancaram um sorriso. Em outras, senti constrangimento... E apesar de ter me sentido perante um fechamento à saga, consertando inclusive problemas que "O Retorno de Jedi" teve (voltarei a isso adiante), não pude deixar de sair com certo vazio.

Sabe quando você está no rastro de um mistério e tem diversas pistas, no final a solução sendo mais ou menos a que você suspeitava, mas atingida através de circunstâncias mirabolantes ignorando totalmente o que você havia acompanhado?

Então. Creio que isto resuma minha experiência com esse filme.

PALPATINE

Não achei problema algum trazerem o Imperador de volta. Ele permanecer uma ameaça após "O Retorno de Jedi" é uma trama conhecida dos fãs pelo antigo universo expandido da saga (livros, HQs, etc.), e é sempre um oponente formidável. A questão é como isso foi preparado. Claramente acabou sendo algo jogado neste filme para compensar a ausência do Snoke (morto no anterior), sem que pista alguma houvesse surgido antes na trilogia. Até os Episódios I-II-III, com severos problemas de direção e condução de enredo, souberam administrar a "ameaça fantasma" que Palpatine sempre representou, agindo nos bastidores e manipulando lados. É simplesmente o fator mais atrativo do personagem, e sua introdução não soaria tão brusca e como uma ferramenta de roteiro se fosse melhor considerada previamente.

GOLDFIELD - Nerdices e análisesWhere stories live. Discover now