Homem-Aranha: Sem Volta para Casa (19/12/2021)

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Assisti este fim de semana.

Farei apontamentos gerais SEM SPOILERS. Peço, a quem comentar, que também tenha esse cuidado, ou então sinalize bem haver spoilers em sua postagem.

Basicamente:

- Este é um filme que, além de servir como um bom fechamento ao arco inicial do Tom Holland como Homem-Aranha, cumpre muito bem uma proposta nostálgica e de fanservice ao homenagear toda a trajetória do personagem no cinema até aqui. Assim, as referências não são apenas acenos aos fãs para agradá-los, mas realizam um papel na evolução da versão atual do personagem, e essa combinação é o melhor ponto do filme.

- Finalmente há a oportunidade de o Homem-Aranha do Tom Holland brilhar com um roteiro que explora melhor as motivações e desafios que a ele se apresentam. Até os personagens de apoio crescem junto, principalmente a MJ e o Ned – tornando-os igualmente memoráveis. O final do filme é corajoso e marca uma evolução muito marcante ao Aranha. Como já anunciaram que o Holland assinou para mais três filmes, estou muito curioso em relação a como conduzirão o enredo a partir daqui.

- Todo o elenco que retorna das outras versões do Homem-Aranha está excelente, e mesmo o grande número de personagens não faz a história perder coesão ou ficar confusa de acompanhar. Destaque para o cuidado e detalhismo do roteiro – o qual, até onde percebi, não cometeu erro algum ao tratar das realidades distintas de onde vieram os personagens, assim como os acontecimentos.

- Uma das coisas que sempre me incomodou com os reboots frequentes nos filmes de super-heróis é como séries memoráveis acabam descontinuadas, delimitadas no tempo como "versão X" de cada personagem e impedindo encontros e desdobramentos relacionados a outros heróis (como eu nunca poder ver o Wolverine dos filmes da Fox interagir com o Capitão América do MCU na 2ª Guerra Mundial, por exemplo). Este filme, com o conceito de multiverso, rompe com essas limitações – dando um novo "valor" aos universos anteriores de um mesmo personagem, por assim dizer, e abrindo novas possibilidades de aproveitar suas histórias. Como fã, acho isso muito bacana; embora também gere uma discussão sobre o peso da nostalgia e como ele, tomado como estratégia pelo mercado de cinema (considerando o estouro de bilheteira que "Sem Volta para Casa" está sendo, e que o "Flashpoint" da DC, com uma proposta muito parecida, vem aí), pode ou não criar um novo "engessamento" aos filmes de heróis, com a fórmula de trazer de volta tudo que já cativou as plateias no passado.

- Apesar dos muitos méritos, o filme não é perfeito. O roteiro força a barra em determinados momentos para direcionar o enredo ao rumo desejado – e quem mais sofre com isso é o Dr. Estranho, seja na incoerência de seus poderes ou comportamento (como eu já suspeitava pelos trailers). Ele acaba sendo um personagem que se torna recurso narrativo bem explícito para a proposta do filme funcionar, e sofrer reviravoltas quando necessário. Nada que comprometa a experiência de uma forma geral, porém.

- Pela montanha-russa emocional e memórias afetivas que este filme proporciona, o ideal, se você tiver condições sanitárias seguras onde mora, é assisti-lo no cinema. A reação do público ao redor torna a experiência muito mais marcante.

E, finalmente, fiquem até o final dos créditos: há duas cenas adicionais. Uma delas, aliás, deixou clara a esperteza do Kevin Feige ao lidar com alguns outros filmes da Sony de qualidade duvidosa a integrarem o MCU, hehe!

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