Indiana Jones and the Infernal Machine (21/08/2022)

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Continuando a lista de games que sabia da existência e demorei a jogar, finalizei o "Indiana Jones and The Infernal Machine" para Nintendo 64, lançado em 1999.

Em 1947, Indy é procurado por Sophia Hapgood (personagem que retorna de outro jogo do arqueólogo, "The Fate of Atlantis") para ajudar a CIA. A Guerra Fria vive seus primeiros dias, e os soviéticos estão escavando no Iraque em busca da Torre de Babel. Um artefato estranhamente moderno à Idade do Bronze é surrupiado pela CIA do local, gerando a preocupação de a URSS estar perto de obter alguma tecnologia avançada. Jones embarca na aventura para consegui-la primeiro.

Sim, este jogo adianta vários elementos do quarto filme, "O Reino da Caveira de Cristal": soviéticos como vilões (embora de modo menos maniqueísta que no filme, interessantemente) e uma trama mais voltada à ficção científica. Sem entrar em grandes spoilers, o enredo brinca com a ideia de os deuses das mitologias antigas serem, na verdade, criaturas interdimensionais.

Na jogabilidade, o game é basicamente o Tomb Raider do N64 (fechando o ciclo de uma obra ter se inspirado na outra): saltar e escalar através dos níveis procurando as bordas certas, destrancar portas, resolver puzzles, procurar medikits e trombar com os itens secretos espalhados pelo cenário. Uma diferença é que esses tesouros somam IQ Points, que podem ser trocados por itens numa lojinha ao término de cada fase. Além disso, pegar todos os segredos do jogo abre uma fase secreta (o que não tive paciência para fazer).

O problema é os controles nem sempre responderem bem, desde o sofrível analógico do N64 ao fato de os comandos não serem bem programados. Quando vai escalar pequenos obstáculos, por exemplo, o jogo demora a engatar a animação do Indy subindo, levando a várias tentativas frustradas com ele executando o pulo alto sem sair do lugar. A IA dos inimigos também é fraca – embora os combates não sejam o foco da aventura, e sim a exploração e os puzzles.

Nisso o jogo brilha: as fases são enormes, e apenas em uma é possível passar por variados ambientes. Os cenários incluem as ruínas da Babilônia, descer num bote as corredeiras do Cazaquistão até um mosteiro budista, explorar as praias das Filipinas cheias de resquícios da 2ª Guerra, andar de jipe pelas pirâmides núbias do Sudão...

Talvez prevendo os problemas de gameplay e a dificuldade elevada de certas partes, os desenvolvedores inseriram múltiplos checkpoints nas fases, sendo possível salvar e continuar de qualquer um deles – num recurso próximo do Save State. Isso torna a experiência menos estressante e, caso fosse preciso recomeçar as fases do zero ao morrer, muito provavelmente eu teria desistido no início.

Um aviso: a versão de N64 é MUITO bugada. Não apenas problemas de texturas estourando ou Indy ficando preso na geometria dos cenários: em alguns momentos há glitches que simplesmente fazem o jogo travar ou impedem o avanço. Topei com áreas que simplesmente não podiam ser pisadas sem haver crash, ou em que determinado item não podia ser equipado ou empurrado. Na última fase, um portal leva ao local em que se enfrenta o chefão, com o checkpoint salvando antes dele. Depois de eu morrer uma vez, o jogo retornou o Indy ao andar anterior e o portal simplesmente sumiu, corrompendo o save e me obrigando a reiniciar a fase para chegar ao chefão de novo.

As fontes documentando os bugs desse jogo na Internet são extensas – e como joguei sem o cartucho de expansão do N64 (que parece prevenir alguns dos erros, além de desbloquear uma fase extra), talvez eu recomende a versão de PC, que me parece um pouco melhor optimizada.

É justamente essa experiência atribulada, no entanto, que faz o avanço pelos níveis ser recompensador – e digo que gostei bastante do game. Relevando os problemas, é uma opção bacana a quem curte aventura e exploração em cenários amplos e detalhados, com um level design inteligente.

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