Capítulo 65 - Deslize

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Se o Facebook não me enganou, hoje (29/03/2018) é aniversário da nossa caríssima thecrowrites. Então, o capítulo sai ainda no dia 29, em homenagem a ela! Acompanhem-me nos abraços e nos desejos de felicidade àquela que gosta de implicar o Astra e roubaria o Pavel se tivesse oportunidade.

Um disappointed Pavel para quem não acompanhar.

Um disappointed Pavel para quem não acompanhar

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A propósito, esta imagem... neste capítulo... bom, apenas leiam. Até mais.

***

– Venho me despedir porque estou voltando para o Rio – a voz de Sisson sobrepôs-se aos rumores que dominavam a sala, respondendo à indagação de que eles se compunham.

– Que pena, camarada – ouviu-se a voz de Lauro Lago, da segunda fileira, em meio à obscuridade. – Pensamos que lutaria conosco. Mas se conseguir chegar no Rio até a data da insurreição, será útil para preparar reforços ou os levantes de apoio.

– Eu não vou ao Rio lutar – Sisson esclareceu, em tom um tanto seco. – E vocês tampouco vão lutar por aqui.

A essa declaração, os ruídos cresceram, elevando-se a protestos indignados, alguns quase aos gritos. Ouvia-se "Palhaçada!", "'Tão brincando com a nossa cara, só pode" e "Bando de amarelões!" nos mais diversos timbres e entonações. Até eu fiquei um pouco irritada, apesar de não me surpreender essa mudança de planos. Troquei um olhar com Astrakhanov, e vi que ele pensava a mesma coisa.

"Eu avisei".

Os avisados, porém, estavam no grupo dos que se sentiram mais ultrajados.

– Como assim, camarada, como assim? – interpelou o motorista Epifânio, de algum lugar atrás de mim. – Nós nos empenhamos, cavamos armas sabe-se lá de onde, juntamos homens, nos arriscamos com reuniões frequentes...

– Ótimo. Fizeram tudo o que deviam ter feito nos últimos seis meses – Sisson cortou, azedo, e a chicotada foi tão forte que todo mundo se calou. – Camaradas, perdoem – pediu, então, o aliancista, em tom mais brando. – Mas façam uma análise honesta dos seus contingentes e me respondam: estariam prontos a iniciar o levante sozinhos?

Ele recebeu silêncio por resposta.

– Mesmo após a intensificação dos esforços? – o silêncio se prolongou, com uns poucos resmungos ameaçando rompê-lo, mas ficando só na ameaça. – Foi o que pensei. Também não acho que seriam prudentes esforços isolados do Rio Grande do Norte. Pela proximidade dos estados na região, precisaríamos de ao menos dois para formar uma base sólida de defesa, caso contrário o governo simplesmente deslocaria as forças dos estados vizinhos, coisa de um ou dois dias de marcha, e esmagaria os rebeldes.

– Mas não foi para isso mesmo que o camarada foi a Pernambuco? Para conseguir o apoio deles? – indagou um dos correligionários que eu encontrara poucas vezes e ainda não conhecia de nome.

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