Capítulo XXXVI

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Despertei com um peso no peito, abri os olhos e vi Sarah dormindo com a cabeça sobre mim e as pernas entrelaçadas.
— Sarah. – chamei, tocando sua cabeça. — Hora de acordar. – afaguei seu cabelo. — Vamos voltar para a civilização, você precisa de um médico. – disse, preocupada.
— Hmmm. – Sarah resmungou, relutante. — Eu preciso é da policial gostosa chamada Ema. – disse ela, fazendo-me sorrir.
— Eu vou te levar ao médico. É o mínimo posso fazer depois de te machucar. – avisei.
— Amor, ainda está pensando nisso? Você não teve culpa, eu fui tola em te assustar. Era óbvio que você agiria instintivamente. – Sarah tentou me livrar da culpa.
— Não importa, eu machuquei você.
— Bem, se deixar a carreira de policial, pode se tornar uma boa pugilista. – Sarah brincou.
— Você consegue fazer graça mesmo machucada. – toquei o rosto dela.
— Amor, aprecio a linha tênue entre o prazer e a dor. Acredita mesmo que um soco acidental vai me fazer desistir de você? – ela me deu um beijo rápido. — Vamos. Preciso fazer xixi. – Sarah saiu da barraca.
Estiquei-me, afastando a preguiça, e segui Sarah para fora. Encontrei Nicolas fora de sua barraca, ocupado organizando sua mochila.
— Bom dia, Nick. – acenei para ele.
— Oi, Ema. Vocês já vão embora? – ele perguntou.
— Não sei. – olhei para Sarah. — Vamos?
— Daqui a pouco, antes quero visitar o lago novamente. – disse Sarah.
— Melhor não. Suas amigas estão lá há algum tempo. – Nicolas alertou.
— Eu vou levar a Gabriela para casa. Ela vai pegar o turno da tarde na padaria e quer descansar um pouco antes disso.
— Falando nela, onde está? – Sarah olhou ao redor.
— Na barraca. – Nicolas apontou.
— Você vai passar na delegacia? – indaguei.
— Só mais tarde. – disse Nicolas.
— Eu vou até sua casa para irmos juntos para a delegacia. Isso deve poupar o trabalho do Pedroso, ele vai poder esculachar nós dois ao mesmo tempo. – falei com ironia.
Gabriela saiu da barraca, com o cabelo preso e a roupa trocada.
— Bom dia.
— Bom dia. – respondi.
Sarah foi em direção a Gabriela, fazendo Nicolas e eu nos olharmos intrigados.
— Gabriela, proponho uma trégua. – Sarah estendeu a mão. — Fomos vítimas de um mal entendido, não é mesmo? É óbvio que você não teria vindo se soubesse que a Ema está namorando comigo.
— Ela nunca me falou sobre você, por isso acreditei que ela era solteira. Até dei meu telefone para ela, mas ela nunca me ligou. – disse Gabriela, me deixando confusa.
— É mesmo, Ema? – Sarah me olhou.
— Não me recordo disso. – me defendi.
— Eu anotei meu número no saco de pães. – disse Gabriela.
— Lamento, mas eu não notei. Às vezes, eu estava voltando para casa após um plantão, o cansaço não me permitia reparar em detalhes.
— Eu te dei rosquinhas grátis por três meses. Não deduziu que eu gostava de você? – Gabriela parecia chateada.
— Não. Eu achei que era um bônus. Eu sempre comprava na mesma padaria. – respondi.
— Eu nunca ganhei rosquinha. – Nicolas disse baixo.
— Seria melhor você ir embora. – Sarah retirou a mão. — Ema não precisa das suas rosquinhas.
— Ela as aceitava de bom grado. – Gabriela respondeu.
— Eu posso pagar por elas. Qual o valor? – disse Sarah.
— Não precisa. – Gabriela respondeu.
— Quero pagar. Não quero que você ache que Ema te deve algo. – Sarah insistiu.
— Qual é o seu problema? É mimada demais para aceitar um não? – Gabriela indagou para Sarah.
— Como assim? – Sarah colocou as mãos na cintura, olhando para Gabriela com a cabeça levemente inclinada para o lado esquerdo.
— Acho que vão duelar por você, Ema. – Nicolas comentou.
— Fica quieto, Nick. – fui em direção a Sarah e Gabriela. — Sarah, você disse que precisava fazer xixi. Venha. – ofereci a mão.
— Ema não precisará das suas drogas de rosquinhas. Eu vou tirá-la dessa cidade. – disse Sarah antes de segurar minha mão.

***

Nicolas partiu com Gabriela, e nos juntamos a Mariana e Daniele à beira do lago. Sarah insistiu para entrarmos na água antes de deixar o acampamento.
— Vem, Ema. A água não está fria. – ela disse ao se agachar na margem e tocar a água com a mão direita.
Mariana e Daniele já estavam dentro do lago, com apenas os ombros e a cabeça expostos.
— Primeira lição, Ema. Uma boa dominadora sabe liderar. – disse Mariana, observando-me.
— Já começamos? – indaguei.
— Claro, não temos tempo a perder. – disse Mariana. — Agora, abandone a roupa para seguirmos para a próxima lição.
— Sem chance. Não vou ficar nua no meio do mato. – respondi.
Mariana revirou os olhos e respirou devagar, parecendo liberar a tensão.
— Você tem tanta sorte de não ser minha. – disse ela.
— Mari, estamos aqui para nos divertir. Deixe a Ema ficar à vontade. – Sarah se ergueu.
— Sua namorada pediu a minha ajuda, portanto, eu decido quando e onde começam as lições. – Mariana respondeu.
— Não precisa fazer isso, Ema. – Sarah me olhou.
— Está tudo bem. – olhei para Mariana, tirando minha blusa. — Se você quer jogar, nós vamos jogar, mas espero que as regras sejam justas. – abri minha calça.
Mariana sorriu, assentindo positivamente com a cabeça.
— O consentimento é crucial, Ema. Eu sigo isso à risca. – disse ela.

Continua...

Ihhh! O que será que vai acontecer?

DOMINADORA POR ACASO (Sáfico)Where stories live. Discover now