Capítulo XCV

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Cheguei ao escritório pontualmente às 8 horas, com uma bandeja de copos de café expresso em mãos. Beatriz estava concentrada em seu posto, digitando algo no computador.
— Bom dia, amorzinho. – cumprimentei, me aproximando da mesa dela e oferecendo-lhe um dos copos. — Isso é para você. – pisquei.
— Obrigada, Sarah. – Beatriz aceitou o café com um sorriso. — Mariana já chegou, caso queira saber.
— Sério? Deve ter caído da cama. – sorri. — Vou ver minha adorável e diabólica melhor amiga. – dirigi-me à sala de Mariana, batendo na porta e entrando. Ela estava em pé, conversando ao telefone, e apontou para a cadeira à frente da mesa. Deixei a bandeja de cafés sobre ela e me sentei, cruzando as pernas, aguardando que Mariana terminasse a ligação.
— Mãe, não precisa convidar todos os parentes. Será uma reunião simples... – ela bufou. — A tia Cleo não será convidada, nem para o noivado, nem para o casamento. Lembro-me bem de como ela me tratava. Essa homofóbica ridícula não será bem-vinda em nenhum evento meu.... E daí que é sua irmã? Se insistir, nem você entrará na minha festa, entendeu? Quer saber? Tchau! – encerrou a ligação e largou o celular na mesa. — Por que os parentes têm que ser tão estressantes?
— Não faço ideia. – dei de ombros. — Quer um café, Mari?
— Vou desconvidar meus pais, farei uma reunião íntima em casa, apenas com os amigos mais próximos. Chega de parentes. – ela sentou-se atrás da mesa.
— Já pediu a Dani em casamento?
— Sim. – Mariana pegou o copo de café e deu um gole.
— Conta os detalhes? – franzi a testa.
— Levei-a para jantar em um restaurante italiano. Pedi ao garçom que trouxesse a sobremesa coberta, e quando a Dani descobriu, lá estava a caixinha com o anel de noivado. Ela se emocionou. Confesso que também me emocionei. É algo importante para mim também.
— Ah, que lindo. – levantei-me da cadeira e fui até Mariana. Abracei-a. — Estou tão feliz por vocês, Mari.
— E você? Como está com a Sra. Marrentinha?
— Minha policial sexy? – suspirei. — Ela me enlouquece. – sentei-me novamente. — Fizemos um lanchinho no parque. E quase fui assaltada, acredita? A Ema neutralizou o cara. Fiquei excitada ao vê-la dominá-lo.
Mariana revirou os olhos.
— E o que ela faz que não te deixa excitada?
— Usamos o meu quarto secreto. E foi ótimo. E ainda transamos na mesa da cozinha. – girei a cadeira lateralmente, observando Mariana me olhar com julgamento.
— Não me chame para comer na sua casa.
— Como se você pudesse me julgar. Em que parte da sua casa você e a Dani não transaram?
— No teto? – Mariana sorriu maliciosamente. — Ela vai alugar o apartamento dela e se mudar definitivamente para a minha casa.
— Na verdade, ela já mora na sua casa há muito tempo, a correspondência dela já vai para lá. Deve ter mais roupas dela no seu closet do que suas.
— Me diz, algum problema a Lina ir para a minha festa de noivado? – Mariana apoiou as mãos na mesa, inclinando-se na minha direção.
— Nenhum. Não tenho problemas com a Lina, mas vou descer do salto se ela olhar torto para a Ema.
— Ema não precisa da sua proteção. Ela já lidou com confusões antes, não é? Está acostumada com isso. A propósito, quando vai apresentá-la para a sua mãe?
— Quando a Ema quiser. Não vou forçar uma aproximação entre elas. – respondi.
— Sua mãe é uma mulher culta e gentil, não creio que vá se opor ao seu relacionamento. Mas seu pai...
— Sou maior de idade e independente. Não preciso que meu pai se intrometa na minha vida amorosa. – respondi.
— Um brinde aos nossos parentes que são um verdadeiro tormento. – Mariana ergueu o copo de café. — Que se afoguem em seu próprio veneno. – bebeu um gole do café.
— Que malvada. – ri.
— Esteja na minha casa amanhã, às 21 horas. Combinado? Não me deixe esperando.
— Combinado. – sorri. — Quem diria, Mariana Félix foi fisgada como um peixe. Eu sabia que você seria esperta e não deixaria a Dani escapar.

Continua...

DOMINADORA POR ACASO (Sáfico)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora