Capítulo LXXXVIII

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Antes do término da tarde, acompanhei Mariana até uma sofisticada joalheria, onde a auxiliei na seleção de um par de anéis adornados com pedras cor de vinho. Aproveitando a ocasião, decidi adquirir um colar para presentear Ema. A peça escolhida tinha uma corrente dourada e finamente trabalhada, complementada por um exuberante pingente que certamente encantaria Ema.


Naquela noite, não segui o caminho habitual para casa. Ema me enviara coordenadas via GPS, e rapidamente reconheci o local indicado. Tratava-se de uma encantadora praça, abraçada pela natureza, adornada por uma lagoa serena e uma ampla pista de ciclismo. Já havia explorado aquele recanto em um domingo ensolarado, desfrutando das pedaladas sob o céu azul. Contudo, naquela noite, antevendo a privacidade que nos aguardava, não tínhamos planos de pedalar. O ambiente era impregnado por uma atmosfera tranquila, onde os sons naturais se entrelaçavam ao suave murmúrio das águas, criando um cenário sereno e acolhedor. Era o local ideal para uma conversa íntima, iluminada pelo brilho das estrelas.


Estacionei o carro, notando a escassez de veículos no local, que se encontrava tranquilo e deserto. Consultei meu celular, à espera de uma mensagem de Ema, mas nada havia chegado. Decidi ligar para ela e logo fui atendida.


- Alô.


- Amor, já cheguei. Onde devo ir? - perguntei, examinando o entorno. Uma brisa leve balançava meus cabelos e acariciava meu rosto com seu toque fresco.


- Ande em direção ao lago.


- Certo. Estou a caminho. - encerrei a ligação e guardei o celular no bolso da calça. Ao pisar na grama, logo percebi que saltos não seriam adequados para aquele terreno. Despojei-me dos sapatos e segui descalça até o lago.


Após percorrer cerca de cem metros, avistei Ema de costas para mim, com as mãos nos bolsos da calça. Seu casaco escuro a envolvia, enquanto um capuz resguardava sua cabeça. Uma toalha xadrez estava estendida no chão, sobre a qual repousava uma cesta, sugerindo que estávamos prestes a desfrutar de um piquenique sob o a luz do luar. Ao pisar em uma pedra pontiaguda, o gemido involuntário que escapou dos meus lábios certamente chamou a atenção de Ema para minha chegada, fazendo-a virar-se na minha direção.


- Está tudo bem?


- Sim. - avancei em sua direção, completando o trajeto até ela. Ema me recepcionou com um beijo terno e envolvente, que me aqueceu por dentro, como se o toque transmitisse uma onda de conforto e familiaridade. Seus braços envolveram-me suavemente, criando um abraço acolhedor que me fez sentir em casa. Era como se o mundo ao nosso redor desaparecesse, deixando apenas nós duas, imersas na ternura daquele momento.


- Gostou do restaurante? - Ema perguntou assim que seus lábios se afastaram dos meus.


- Sim, e gostei mais ainda da sua companhia. - envolvi meus braços ao redor do pescoço de Ema. - Qual será o menu do nosso jantar?


- Sanduíches. Eu mesma os preparei. Pão, peito de frango, cebola caramelizada, tomate e alface. E para beber, cerveja e água.


- Hmm, adorei, mas me diga. Posso ter você de sobremesa? - brinquei.


- Talvez. - Ema me deu um selinho, seus braços me envolveram, erguendo-me do chão. Fui levada até a toalha em seus braços fortes e seguros.


Enquanto nos acomodávamos, percebi o cuidado meticuloso de Ema na preparação do piquenique, cada detalhe revelava seu carinho e dedicação para tornar a noite especial para nós duas. A atmosfera estava impregnada de romance, criando o cenário ideal para uma noite repleta de risos e afeto.


Deitei-me na toalha, apoiando minha cabeça sobre as pernas de Ema. Naquele momento, seu rosto parecia mais cativante do que as próprias estrelas no céu.


Nos envolvemos em uma animada conversa sobre desenhos infantis, relembrando nossas memórias de infância, enquanto saboreávamos os deliciosos sanduíches e tomávamos cerveja diretamente da garrafa. Aquela certamente foi minha refeição favorita até então. Observar o riso genuíno de Ema trouxe uma sensação de contentamento. Ela parecia mais leve, uma versão diferente da Ema que havia deixado minha casa no início da tarde. Apesar de notar essa mudança de humor, optei por não fazer perguntas. O importante era que estávamos desfrutando daquela noite juntas e felizes.


Após o jantar, nos deitamos sobre a toalha. A cerveja havia me deixado mais sorridente do que o habitual, e Ema parecia envolta no céu estrelado acima de nós.


- A Mari e a Dani vão ficar noivas. - comentei, recebendo o olhar atento de Ema.


- Fico feliz por elas. - Ema esboçou um pequeno sorriso.


- Eu também. - em um gesto rápido e imprevisível, montei sobre Ema. Ela olhou ao redor, certamente verificando se alguém nos observava.


- Sarah, acho que a cerveja te deixou mais ousada. - disse ela, voltando a me encarar.


- Eu quero fazer amor com você. Sem rótulos. Somente nós duas. Onde você quiser. - falei, olhando-a nos olhos.

Continua...

Olá, gente!

Peço gentilmente que curtam e comentem os capítulos, isso ajuda no engajamento ;)

DOMINADORA POR ACASO (Sáfico)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora