Capítulo CXI

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Ao despertar, encontrei-me só na cama. Com um movimento rápido, procurei por Ema, mas ela não estava ali. Estendi a mão para afastar o lençol e me sentei, calçando as pantufas brancas antes de dirigir-me ao banheiro, envolta apenas na suavidade de uma camisola rose. Enquanto lavava o rosto e escovava os dentes, encarei meu reflexo no espelho, um suspiro escapou de meus lábios ao recordar a noite anterior.


- Sarah?! - Ema surgiu na porta do banheiro. - Venha conferir os ovos que fiz. Eu me esforcei para fazer um coração, mas sinto em dizer que meu coração parece uma obra abstrata. - ela brincou, fazendo-me sorrir.


- Os ovos e tudo o que você faz se torna perfeito. - respondi.


- Hm. - Ema andou até mim. - Como está? - seus braços envolveram meu corpo.


- Acho que relativamente bem. - estalei a língua e pus as mãos sobre as dela. - Aposto que já faz umas duas horas que você está acordada.


- Quase isso. - Ema deu um beijo em meu ombro. - Eu fiz planos para nós.


- É mesmo? Se esqueceu que eu trabalho hoje, amor?


- Eu também. À noite vou para a boate com o Nicolas.


- Será que estão contratando dançarinas exóticas? Eu literalmente posso dançar de uma forma bem exótica. - brinquei.


- Eu só irei se você estiver bem com isso. - Ema se pôs ao meu lado, logo estávamos uma de frente para a outra. Pus as mãos em sua nuca, olhando-a nos olhos.


- Está tudo bem, amor. Não poderei te manter em cárcere privado, não é? - dei um selinho em Ema. - Mas nada de caronas. Pague o táxi se for necessário, freta um jato, mas não enfie uma mulher no mesmo automóvel que você, entendido? Não é necessário mais do que alguns minutos ao seu lado para sentir os hormônios à flor da pele.


- Eu sou afrodisíaca? - Ema deu risada.


- Bastante. Às vezes, acho que você vai me engravidar só com o seu olhar.


- Que exagero, ainda que estivéssemos no período fértil, seria impossível. - disse Ema com um sorriso divertido nos lábios.


- Mas podemos ignorar a biologia e tentar, não é?


- Claro, treinar é bom. - Ema tocou meu rosto. - Agora coma meu coração deformado.


Ri alto.


- Eu comeria você.


- Que isso?! - Ema resmungou. - Você é uma mocinha obscena.


- Nunca neguei. - pus as mãos nas costas de Ema e deslizei até suas nádegas. - Nossa... Como eu adoro treino de glúteos.


- Sarah! - Ema afastou minhas mãos. - Eu não estou no cardápio, tá?


- Deveria. Eu pagaria bem caro para degustar uma delícia dessas. - pisquei para ela.


- Onde está o seu romantismo? Eu fiz seu café da manhã. - Ema fingiu estar brava.


- Eu sou romântica. Posso te dar chocolates, principalmente se eles estiverem derretidos sobre minha barriga. - brinquei. Ema estalou a língua e agitou a cabeça negativamente.


- Prefiro sem o chocolate. - ela me pegou pelo quadril e sentou-me na pia. O frio do mármore me fez soltar um pequeno gemido.


- Eu conheço esse olhar, sua predadora. Primeiro me alimente. - brinquei.


- Depois, agora, eu tenho algo melhor para você. - Ema apoiou as mãos na bancada e se inclinou em minha direção, nossos lábios se aproximaram e senti o gosto de menta, misturado à textura suave. Eu poderia passar horas beijando e trocando carícias com ela.

Continua...

DOMINADORA POR ACASO (Sáfico)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora