Capítulo CLIV

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(Ema narrando)

Movi-me na cama e esbarrei minhas pernas em alguém, inicialmente presumi que fosse Sarah. Estendi o braço e toquei as costas da pessoa. Ao perceber a pele menos macia do que o habitual, abri os olhos. Era Nicolas, deitado de bruços ao meu lado sobre o lençol, vestindo um samba-canção cinza.

— Nick. – murmurei, confusa. — Desde quando você está aqui?

— Desde as 5. – ele disse virando-se de lado e espreguiçando-se. — Vim para te proteger.

— Hm. – observei-o. — Dormindo?

— Eu estava em alerta. – Nicolas sentou-se na cama. — Senti você me apalpando.

— Pare de brincadeira. – resmunguei.

— É sério, Ema. Você apertou minha bunda e disse algo como "Aí, como você é gostosa, Sarah." – ele zombou.

— Você está mentindo. – estreitei os olhos com indignação.

— Vou contar para Sarah que você nos confundiu. – ele se levantou.

— Ah, claro, vocês têm corpos idênticos, não é? – indaguei ironicamente.

— Não, eu tenho mais glúteo que a Sarah. – disse Nicolas, indo em direção ao banheiro.

— Você olhou para a bunda da minha namorada? – perguntei, levantando-me da cama.

— Sua amante, já que ela tem uma esposa. – Nicolas riu, fazendo-me revirar os olhos.

— Você precisa me lembrar disso agora? – levantei-me da cama. — Vai fazer número um ou dois? Eu também preciso usar o banheiro.

— Usa o social. Eu preciso de tempo. – Nicolas fechou a porta.

— Ah... Ok. – pus a mão esquerda na cintura, fitando a porta fechada. Logo, deixei o quarto, usando um pijama. Caminhei até o banheiro do corredor. Entrei. Parei em frente ao espelho. Retirei a tipoia, e senti meu braço direito um pouco dolorido, sua mobilidade ainda estava limitada, mesmo assim, usei a mão direita para auxiliar a esquerda a lavar meu rosto, afastando a sonolência matinal. Por fim, retirei a blusa cuidadosamente e o short. Fiz minha higiene matinal. Depois voltei para o quarto, onde mudei de roupa, e desci para fazer o café da manhã. Norman já estava na cozinha.

— Bom dia, querida Ema. Quer omelete? – disse ela, com um sorriso provocativo no rosto.

— Não, eu posso preparar minha própria comida. – andei em direção à pia.

— Sabe, Ema, você continua com sua soberba habitual mesmo toda ferrada. – Norman sentou-se à mesa para o café da manhã.

— Não sou soberba, mas me dou o direito de ser rude com você. – respondi.

— Você implicou comigo desde o primeiro dia que chegou em Santa Mônica. Lembra? – indagou Norman.

— Se você não fosse uma delinquente, eu não teria te enquadrado tantas vezes. – respondi.

— Sinceramente, Ema. Você podia ter pedido meu número, não precisava ter usado sua farda pra ficar me abordando. Eu não tenho queda por policiais como a Sarah, mas vez ou outra faço caridade. Podia ter pegado você depois de umas doses de álcool.

— Você acha mesmo que eu me sujeitaria a isso? – perguntei. — Acredite, nunca tive a menor atração por você.

— Para alguém cujo o salário não equivale a 10% da minha mesada, você é muito esnobe. – Norman mordeu uma torrada com geleia.

— Eu estou aqui pela Sarah, se não fosse por ela, eu jamais dividiria a mesma casa que você. Eu sei que ela vai se livrar de você, e vamos viver em paz.

— É? – Norman riu. — Você acredita em coelho da Páscoa e Papai Noel? O pai da Sarah não vai aceitar que você fique com ela nunca. Ouviu? Nunca. O seu problema não sou. É o Júlio Vélaz.

— Acredite, você e ele fazem parte da mesma escória. – me afastei da pia, dando passos para fora da cozinha.

— E o café?

— Você me deixou sem apetite. – fui para a sala.

CONTINUA...

DOMINADORA POR ACASO (Sáfico)Where stories live. Discover now