Capítulo CXXXIV

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(Ema narrando)


Alguns dias depois...


Vesti meu uniforme diante do espelho enquanto Sarah se aproximava da entrada do closet, envolta em um robe preto. Meu uniforme era composto por uma camisa cinza de tecido resistente e respirável, com distintivos bordados no ombro e no peito representando minha patente e unidade. Complementando a camisa, eu vestia uma calça também cinza, robusta e confortável para o trabalho de patrulha. Sobre a camisa, colocava o colete à prova de balas, indispensável para minha segurança nas ruas. Na cintura, prendia o cinto tático carregado com equipamentos essenciais: algemas, rádio de comunicação, lanterna, spray de pimenta e, é claro, minha pistola. Além disso, completava o uniforme com uma boina preta, posicionada com precisão sobre minha cabeça. Meu cabelo, estava meticulosamente arrumado em um coque discreto, que garantia que nada atrapalhasse minha visão durante o serviço. Com tudo pronto, eu estava preparada para retomar minhas funções nas ruas, cumprindo meu dever de proteger e servir à comunidade.


- Sra. Policial, você deveria me revistar. Quem sabe eu não esteja portando algo ilegal. - Sarah disse, me fazendo rir.


- Tenho certeza de que não. Você parece uma boa moça. - respondi, ajustando meu coldre.


- As aparências enganam. - ela disse, se aproximando. - Não quer me algemar?


- Não. - desviei dela. - Nos vemos à noite. - saí do closet.


- Ema! Você não vai me dar nem um beijinho de despedida? Você está sendo muito má comigo. - Sarah me seguiu.


- Estou evitando o contato para não me atrasar. Você está provocante, e nós sabemos onde isso vai dar. E eu tenho menos de 40 minutos para chegar na delegacia.


- Não pode me dar dez minutinhos. - ela pediu, com um sorriso manhoso.


- Não.


- Como consegue me negar algo?


- O dever me chama. - dei um selinho em Sarah. - À noite, eu te revisto.


- Poxa, amor, já estou com saudade de você. - abracei Ema. - Não desapareça, ok?


- Nos falamos por mensagem. - beijei a testa de Sarah. - Até mais. - me afastei, desta vez com passos largos.


***


Cheguei à delegacia pontualmente e encontrei Marina na recepção, acompanhada por dois policiais, os três conversavam baixo. Quando ela me avistou, acenou com a mão, me chamando. Me aproximei.


- Bom dia a todos. - falei cordialmente.


- Bom dia, Ema. Este é o Rodrigo, ele será seu parceiro.


- Oi, sou seu parceiro mais bonito, não sou? - ele disse, estendendo a mão para mim. Seu sorriso era caloroso e seu semblante irradiava juventude e simpatia. Com uma estatura alta e imponente, ele emanava uma presença confiante e acolhedora.


- Lamento te contrariar, mas não é. - brinquei, apertando sua mão.


- Vocês dois vão patrulhar. - disse Marina. - Rodrigo, mostre para Ema os pontos mais complicados da cidade. Ela passou um tempo fora, e as coisas mudaram por aqui. As gangues estão mais organizadas.


- Vou mostrar sim. - disse ele.


- Fagundes, vem comigo. Você não preencheu direito a droga da papelada ontem. - Marina olhou séria para o segundo policial. - Quanto a vocês, já podem sair.


- Certo. - pus as mãos no meu cinto e esperei Rodrigo se mover.


- Venha, Ema. - disse ele, saindo andando. O segui de perto.


- Posso te fazer uma pergunta? - indaguei.


- Claro. - ele me olhou enquanto seguíamos para fora da delegacia.


- Tem alguma investigação em andamento sobre a boate Moonlit Mirage?


Rodrigo parou subitamente.


- Você conhece aquele lugar?


- Conheço. Já trabalhei lá por uma noite... Não como stripper. - esclareci.


- Eu namorei a irmã de uma investigadora da polícia civil, e fiquei sabendo que tem uma equipe investigando o dono da boate.


- O Tony?


- Esse Tony é um laranja. O verdadeiro dono é outra pessoa. Não sei o nome dele, minha ex não sabia. E a irmã dela não iria me contar. A investigação é sigilosa. Estão tentando provar que o cara financia a prostituição de menores de idade. Ele lava o dinheiro em uma porção de boates.


- Caramba. - respirei fundo. - Quem será esse homem? Espero que o prendam logo.


- Algum desgraçado que acha lucrativo explorar garotas. - disse Rodrigo. - Pode ser um grande empresário ou político. Não confio nessa corja.


- Político? - estreitei os olhos.


- Esquece esse assunto, deixa a investigadora cuidar disso. Nós vamos patrulhar, dar uns sustos nos moleques que furtam as senhorinhas e esticar as pernas no parque. Lá tem uma barraquinha de sorvete de creme com amendoim. Já provou?


Eu estava em silêncio, pensativa. Imagina como o Nicolas estaria em perigo quando a polícia civil fosse até o local. Ele poderia até mesmo ser preso.


- Ema? Vai provar o sorvete?


- Que sorvete?


- Do parque, precisamos estimular o comércio local.


- Rodrigo, qual o nome da irmã da sua ex-namorada? A investigadora. - perguntei.


- Catarina... Eu acho. Ou é Camila? Isso é importante?


- Não, é só por curiosidade. - sorri fraco, tentando disfarçar minha preocupação.

DOMINADORA POR ACASO (Sáfico)Where stories live. Discover now