Capítulo LXXXVII

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(Sarah narrando)

Às 14h36, adentrei o escritório e deparei-me com Elena e Beatriz mergulhadas em uma conversa animada sobre um encontro recente de Beatriz.
— Boa tarde, garotas. – cumprimentei Elena com um beijo no rosto. — Está cheirosa como uma rosa. – brinquei.
— Por falar em rosas, entregaram algumas para você. – comentou Beatriz.
— Sério? A menos que tenha o nome Ema no cartão, ponha no lixo. – respondi com uma pitada de sarcasmo.
Foi então que Mariana, saindo de sua sala, interveio:
— Foi a Lina. Ele disse que se desculparia com você e com a Ema.
— Dá um recadinho para ela. – pedi a Mariana, com um olhar desafiador. — Diz pra ela ir se foder.
Elena soltou uma risada e indagou:
— O que essa tal de Lina fez de tão grave?
— Praticamente disse para o meu docinho desistir de se tornar uma dominatrix. – expliquei, mantendo um tom irônico.
— Sua namorada é seu docinho? – Elena sorriu, curiosa.
— Claro. – confirmei com um sorriso.
Mariana tentou intervir:
— Sarah, você interpretou mal o que a Lina disse. Ela só estava preocupada com você.
— Nem começa, Mari. A Lina é minha proprietária agora? Até onde sei, sou uma mulher livre e maior de idade. Cumpro com minhas responsabilidades fiscais e sou uma cidadã, modestamente exemplar. Pode dizer a ela, já que estão tão próximas, para nunca mais enviar flores para mim ou para a Ema.
— Não vou mandar recados, faça isso você mesma. – respondeu Mariana, firme.
— Não vou falar com a Lina, depois do que ela fez. – resmunguei, sentindo-me indignada.
— Esqueça a Lina. – respondeu Mariana desviando o assunto. — Achei que não iria aparecer aqui. Dormiu demais?
— Trabalhei enquanto você dormia. Tive uma trabalheira para evitar a prisão de um cliente, consegui resolver, ele pagou apenas uma multa.
— Você e seus clientes problemáticos. – Mariana estalou a língua. — Eu tenho uma missão para você. Preciso comprar um anel para a Dani. Pode me ajudar a escolher?
— Anel de noivado? Diga que finalmente criou vergonha na cara e vai valorizar a mulher incrível que você tem ao seu lado. – brinquei.
— Sim, Sarah. Um anel de noivado, mas o casamento ainda vai demorar a acontecer. Só quero formalizar o noivado. Eu pedi para a Dani ir morar comigo. Já chega de idas e vindas de apartamentos. Isso é cansativo.
— Fico feliz por vocês. – sorri genuinamente. — Vamos dar um belo diamante para Dani. O mais caro que acharmos.
— Está disposta a me falir?
— Meninas, Dani merece ou não um belo diamante? – perguntei a Beatriz e Elena, envolvendo-as na decisão.
— Com certeza, qualquer pessoa que vá para a cama com a Mariana por livre vontade, merece um diamante. – brincou Elena.
— Bem que você gostaria. – Mariana disse com um sorriso malicioso nos lábios.
— Sem chance, tá? Eu gosto de algo que você não possui.
— Você se engana. Tenho de diversos tamanhos. Basta escolher. – Mariana respondeu com uma dose de provocação.
— Pinto de borracha? Nada contra, amiga, mas prefiro o natural. – respondeu Elena, em meio a risadas.
— Eu te garanto que já causei muitos orgasmos com os meus pintos de borracha. – Mariana rebateu com um sorriso travesso.
— Desculpa, Elê, mas eu sou time Mariana nesse caso. – endossei, sorrindo.
— Podem sair da minha recepção, suas depravadas? – brincou Beatriz.
— Vamos deixar você em paz, querida samaritana. – provoquei, divertida. Logo senti meu celular vibrar, retirei-o do bolso e observei a tela. Uma notificação de mensagem da Ema piscava. Ao abrir, li mentalmente:
“Posso te levar para jantar?”
Respondi a mensagem.
“Sim.”
Pouco depois, outra mensagem de Ema:
“Te pego às 18h.”
— Ih, estão vendo o sorriso bobo dela? Sem dúvida está apaixonada. – comentou Elena.
— Muitíssimo. – respondi, guardando o celular. — Eu acho que sou capaz de matar por ela.
— Então, comece pelo seu pai. Logo ele vai saber que você está dando para a Ema. E não vai gostar nada disso. – comentou Mariana, provocando.
— Ele que não se atreva a se meter no meu relacionamento. Há muito tempo não recebo mesada. E não vivo às custas dele. Nem mesmo faço questão que saibam que sou filha dele.
— Mas é. Seu pai é um homem importante, Sarah. E homens assim têm algo perigoso chamado influência. Se ele quiser continuar prejudicando a Ema, não há nada que você possa fazer.
— Você está enganada. Eu conheço bem o meu pai e sei o quanto ele preza a reputação. Então, posso atingi-lo onde dói mais. Se eu abrir a minha boca, ele perde o cargo e pode ir parar na cadeia. Eu realmente não quero fazer isso, mas se for necessário, eu faço. – respondi, firme.
— Uh, ela está perigosa. – Mariana sorriu, reconhecendo a determinação em minhas palavras.

Continua...

DOMINADORA POR ACASO (Sáfico)Where stories live. Discover now