Capítulo LXXXI

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(Ema narrando)

A chegada repentina de Verônica, acompanhada de sua filha, Vanessa, causou um alvoroço em Nicolas, que prontamente se levantou para recepcioná-las na área externa da casa, com um sorriso caloroso no rosto. Enquanto isso, eu preferi ficar no aconchego do interior, acomodada no sofá da sala, observando a movimentação através da janela. Sarah, por sua vez, estava concentrada no escritório, onde conversava por telefone com Mariana. Pelo semblante sério e o tom profissional que adotou antes de deixar a sala, concluí que se tratava de assuntos relacionados a algum caso importante.
Nicolas retornou à sala acompanhado de Verônica e Vanessa. Levantei-me do sofá para recebê-los. Verônica destacava-se com seus cabelos lisos e escuros, além da pele com um tom de caramelo que acentuava sua beleza. Seu suéter de tricô, confortável e delicado, envolvia seu corpo com suavidade, enquanto o jeans ajustado realçava suas curvas de forma sutil. Cada passo gracioso era acompanhado pelo balanço suave de seus cabelos que caíam elegantemente pelos ombros, emoldurando seu rosto. Seus brincos pequenos balançavam delicadamente a cada movimento, enquanto uma pulseira delicada adornava seu pulso com graça. Seu sorriso, iluminado pela empolgação do encontro, irradiava confiança e calor.
— Ema, esta é Verônica. – Nicolas apresentou com um sorriso gentil. — E esta é a Vanessinha. – ele continuou, abaixando-se para ficar na altura da pequena com ternura. A garotinha parecia ter herdado a beleza da mãe, exibindo uma feição adorável que iluminava o ambiente. Suas tranças pequenas, enfeitadas com miçangas coloridas, adicionavam uma dose de personalidade encantadora ao seu visual. Sua pele exibia um tom chocolate exuberante, e seus traços delicados pareciam ter sido meticulosamente esculpidos. Sob o braço direito, ele segurava carinhosamente um urso de pelúcia rosa.
— Oi, Ema. – Verônica se adiantou em minha direção, sorrindo calorosamente. — O Nicolas fala tanto de você que sinto como se te conhecesse.
— É mesmo? Espero que ele não fale sobre mim durante o encontro de vocês. Deve ter algo melhor para se falar. – brinquei, acompanhando o tom descontraído da conversa.
— Você vai trabalhar na boate? – Verônica perguntou.
— Ainda não sei. – respondi, mantendo um leve suspense na resposta. Verônica então me abraçou, em um gesto terno que me surpreendeu.
— É bom te conhecer. – disse ela parecendo sincera.
— Digo o mesmo. – retribuí o abraço, sentindo-me acolhida por sua gentileza.
— Ema, não tire nenhuma casquinha. – brincou Nicolas, interrompendo o momento.
— Não seja bobo. – resmunguei, divertida com a interação entre nós.
Sarah voltou para a sala, recolhendo os cabelos em um coque. 
— Olá. – cumprimentou, um sorriso encantador aparecendo em seus lábios. — Que princesinha mais linda. – observou, dirigindo seu olhar para Vanessa.
Vanessa esboçou um tímido sorriso, suas bochechas ficaram levemente coradas mostrando sua timidez, enquanto deslizava a ponta do tênis pelo chão, expressando sua inquietação interna.
— Ela é muito enérgica, só está um pouco tímida. – disse Verônica. — Agradeço por cuidarem dela por algumas horas. Prometo que não nos atrasaremos, estaremos de volta antes do jantar.
— Ótimo, assim podem jantar conosco. – disse Sarah.
— Seria ótimo. – concordou Verônica.
— Há algo que precisamos saber? Alguma alergia alimentar? – indaguei.
— Não há alergias, mas ela é um pouco gulosa. Não cedam a tudo o que ela pedir, tá?
— Tudo bem. – concordei. Nicolas apontou para mim.
— Vanessinha, aquela é a tia Ema. Ela é policial como eu. Prendemos os caras maus para que garotinhas como você fiquem seguras. – disse ele para Vanessa.
— Protege o Maulício? – Vanessa olhou para Nicolas.
— Sim. – Nicolas assentiu e ergueu-se. — Ema, a Vanessinha e o Maurício vão ficar com você. Proteja-os.
— Maurício é o urso? – indaguei.
— Sim. – ele confirmou.
— Será que o Maurício e você querem comer uma salada de frutas com a tia Sarah? – perguntou Sarah, sorrindo para Vanessa.
— Hum-rum. – Vanessa concordou com a cabeça.
— Verônica, me dê seu número, assim posso mantê-la atualizada sobre sua filha. – tirei meu celular do bolso.
— Claro. – concordou Verônica.
— Vanessinha, diz “tchau” para a mamãe e para o tio Nicolas. Nós vamos para a cozinha fazer uma deliciosa salada de frutas. O Maurício pode nos ajudar. – sugeriu Sarah.
— Tchau, mamãe. – Vanessa foi ao encontro da mãe. Ambas se abraçaram e trocaram palavras de carinho.
— Eu te amo, filha. – Verônica beijou a testa de Vanessa. — Eu volto logo. Se precisar falar comigo, peça para a tia Ema me ligar.
— Te amo, mamãe. – Vanessa disse ainda nos braços de Verônica.
— Aaah, que fofura. – suspirou Sarah, me fazendo respirar fundo. Eu sabia do desejo dela de ser mãe e, embora pudesse compartilhar da vontade, sabia o quanto era uma decisão complexa. Eu não podia me dar ao luxo de construir uma família naquele momento.

Continua...

Olá, gente! Eu acrescentei mais imagens no tópico "Apresentação de personagens".

DOMINADORA POR ACASO (Sáfico)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora