Capítulo CII

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Ema entrou na sala de jantar com um ar descontraído e casual. Seus jeans ajustados e a blusa preta de mangas compridas destacavam sua figura, enquanto seus sapatos marrons adicionavam um toque de elegância ao conjunto. Seus cabelos soltos caíam suavemente sobre os ombros, emoldurando delicadamente seu rosto. Com uma maquiagem discreta que realçava sua beleza natural, Ema caminhou em direção à mesa. Ao vê-la, ergui-me, exibindo um sorriso caloroso em saudação.
— Me diga, o jantar está sua altura? 
— Eu comeria até um macarrão instantâneo de tanta fome que estou. – ela respondeu. — Mas agradeço a sua dedicação. Tudo está perfeito. 
— Por favor, sente-se. – puxei a cadeira para ela. 
— Obrigada. – Ema sorriu para mim enquanto se acomodava à mesa. — O ambiente está muito bonito e perfumado. 
— Diria o mesmo de você. – gentilmente, coloquei seu cabelo para o lado e beijei seu pescoço. — Eu fico arrepiada só de sentir o cheiro de Dior misturado ao seu aroma natural. 
— O que você disse na loja? As notas de pimenta malagueta e amora combinavam comigo. Foi isso? 
Ri da confusão de Ema ao tentar lembrar. 
— Pimenta sichuan e ambroxan. 
— Isso mesmo. Eu não ligo muito para esses detalhes. – Ema deu de ombros. 
— E se eu te disser que esse cheiro me deixa tentada a tirar a roupa para você? – sorri maliciosamente. 
— Bem, acho que vou precisar começar a estocar mais desse perfume então. – disse ela, arrancando uma gargalhada minha.
— E eu preciso começar a me preparar psicologicamente para resistir à tentação em lugares públicos. – comentei. 
— Ou talvez não. – ela piscou para mim, com um sorriso travesso nos lábios. 
— Uau! Ema Campos querendo transar em lugar público? Milagres acontecem. – brinquei. 
— Há poucas coisas que eu não faria com o álcool correndo em minhas veias. – ela respondeu. 
— Obrigado pela informação. – sorri. 
Enquanto desfrutávamos do jantar e da companhia uma da outra, sabíamos que aquela noite seria apenas o começo de muitas outras memórias compartilhadas e momentos especiais juntas.
Brindamos, e ao terminar o jantar, notamos que a garrafa de vinho estava quase vazia.
— Ema, você ainda está enxergando bem? Porque minha visão está ficando embaçada. – ri, sentindo-me levemente alcoolizada.
— Ainda consigo ver, mas minhas mãos estão meio dormentes. – ela respondeu, levantando as mãos na altura do rosto e movendo os dedos. — Isso é normal? Nunca tive essa sensação depois de tomar vinho.
— Eu já tive isso antes, e todas as vezes acordei sem roupa. Acho que sinto calor e preciso me cobrir apenas com o lençol.
— Parece que o vinho nos pegou de jeito. Talvez seja hora de diminuir o ritmo antes que façamos algo de que nos arrependamos. – comentei, rindo da situação.
Ema concordou, balançando a cabeça levemente.
— Definitivamente concordo. Vamos nos recolher antes que façamos algo realmente vergonhoso. – ela sugeriu, com um sorriso brincalhão nos lábios.
Com um acordo mútuo, decidimos encerrar a noite ali, desfrutando da companhia uma da outra. Subimos a escada com dificuldade, mas mesmo assim Ema arriscou me pegar no colo antes dos últimos degraus. Soltei um pequeno grito ao ser suspensa no ar.
— Ema! – abracei seu pescoço. — Não me deixe cair, por favor.
— Você está segura. – Ema avançou pelo corredor. Ao entrarmos no quarto, fui colocada na cama, e Ema caiu ao meu lado de olhos fechados. 
— Amor?! – toquei seu rosto. — Está viva? 
— Sim, mas não sei até quando. – Ema murmurou, preguiçosa. 
— Eu pensei que terminaríamos a noite com uma sessão alucinante de sexo. 
— O quê? – Ema abriu os olhos. — Você está com disposição?
— Não. – ri. — Eu estava até o fim da segunda taça. — Mas a intenção era ser sua sobremesa. 
— Pode ser café da manhã? 
Rimos juntas. 
— Eu fui rebaixada a pão com manteiga? – indaguei em tom de brincadeira. 
— Eu adoro pão com manteiga. – Ema respondeu. Me aconcheguei em seus braços. 
— Eu topo ser o seu pãozinho... – minha voz se arrastou. O sono havia me pegado.
Ema beijou suavemente minha testa antes de me abraçar.
— Boa noite, Sarah. – ela sussurrou, enquanto eu afundava no sono.
Naquela noite, envolvidas pelo calor uma da outra e pelos efeitos tranquilizantes do vinho, adormecemos juntas.

DOMINADORA POR ACASO (Sáfico)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora