Capítulo XII

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Nossos lábios permaneciam unidos. Posicionei-me sobre ela, com uma perna de cada lado do corpo, suavemente baixei o lençol até seu abdômen. Minha mão direita encontrou a nuca dela, entrelaçando os dedos em seus cabelos.
O beijo não era o bastante, ansiávamos por maior proximidade. Descartei meu roupão, deixando-o cair para trás, enquanto Sarah já havia dispensado o robe. Meus lábios exploraram seu pescoço, beijando e sugando suavemente sua pele..
Minha mão direita pressionava seu quadril, enquanto a esquerda entrelaçava seus cabelos. Sarah movimentou as pernas, apoiando os pés na cama. Seus lábios sussurraram junto ao meu ouvido:
— Estou ansiosa por você desde a boate.
Afastei meus lábios do seu pescoço, dirigindo meu olhar para seu rosto. Nossos olhos se encontraram, nossas respirações estavam aceleradas, e eu podia sentir que nossos corações batiam em perfeita sintonia.
Despi o último pedaço do lençol que cobria Sarah. Minha mão deslizou suavemente de seu quadril até a coxa. Sarah ergueu as mãos, acariciando levemente minhas costas. Em um novo movimento, afastei as pernas de Sarah, permitindo que nossos corpos se unissem em pleno contato.  Sarah segurou meu pulso esquerdo e conduziu minha mão até a frente de sua boca, onde chupou dois dos meus dedos, mantendo o olhar fixo em mim. Por fim, guiou minha mão para sua virilha.
— Espera. – pedi em tom baixo. Sarah assentiu e liberou meu pulso. Ficou evidente para mim que Sarah separava o amor do desejo, como se fossem contratos distintos. Isso contrastava com minha visão, onde via o amor e a intimidade como faces de uma mesma moeda. No entanto, a curiosidade despertada por Sarah me fazia romper com minha rotina. Minha vida tinha sido pacata, entediante, e pela primeira vez, encontrava-me com alguém totalmente diferente de mim. Não podia deixar escapar essa oportunidade única.
— Não se limite, Ema. – disse Sarah, ainda me olhando nos olhos.
— Não é isso...
— O que é? – Sarah tocou meus ombros. — Você está indo muito bem. Apenas relaxe, conecte-se com seus desejos. Posso te ajudar nisso. Quer?
— Como? – indaguei.
— Feche os olhos.
— Não acho que isso vá ajudar. – falei incrédula.
— Feche, por favor. – disse ela. Fechei os olhos atendendo ao pedido. — Agora, imagine-se livre, sem julgamentos, sem responsabilidades. Seu único comprometimento deve ser com o seu prazer. Sem prejulgamentos, sem culpa. O seu desejo vai reger suas atitudes. – sua voz invadia minha mente e se repetia como um mantra.
— Como saberei que você está gostando? – abri meus olhos.
— Pergunte a minha cor. Lembra o que significa?
— Sim. – respondi.
— Ótimo. – Sarah estendeu o braço esquerdo até a primeira gaveta da mesa de cabeceira. Quando abriu-a, me deparei com alguns objetos inusitados. — Tem minha prévia autorização para usá-los em mim. Mas faça isso apenas se quiser.
— Tá, mas... Acho que não vou usar nenhum. – respondi.
Sarah aproximou o rosto do meu e depositou um beijo em meus lábios. Enquanto seus lábios se afastavam dos meus, ela murmurou:
— Lembre-se de mim no motel... Acorrentada... Vendada... Amordaçada... E Seminua. Sente vontade de me tocar? Não sente? Suas mãos poderiam passear pelo meu corpo, sua boca poderia encontrar minha intimidade. Eu iria me contorcer, enquanto você tem pleno domínio do meu corpo. Isso te excita, Ema?
Engoli seco. Meu corpo havia reagido às palavras dela.
— Isso não parece certo, Sarah. – falei, tentando ignorar meu próprio desejo. Eu não podia deixar aquela sensação me dominar. E se eu perdesse o controle?
— Ema, eu sou sua. Faça o que quiser comigo. Eu permito. Faça.
— Não. – agitei a cabeça negativamente.
— Faça! – Sarah insistiu.
— Não posso. – respirei fundo. — Não quero te machucar. Por favor, não insista nisso. – pedi.
— A sua ex tinha razão sobre você? Você é frouxa, Ema? – Sarah indagou, fazendo-me fechar os punhos. Uma fúria se acumulava dentro de mim. — Ema, você é incapaz de satisfazer uma mulher?
— Cale-se! – ordenei, séria. — Você não sabe nada sobre mim.
— Isso. – Sarah sorriu. — Por que não desconta a sua raiva em mim?
— Você é louca.
— Não, sou completamente sã. – ela respondeu. Suas mãos se dirigiram ao meu rosto, tocando-o com delicadeza. — Eu quero ser sua. Só sua. Eu posso implorar por isso, se quiser.
— Não. – olhei em direção à gaveta. Uma algema chamou a minha atenção. Peguei-a — Chega de me tocar. Chega de falar bobagens. Eu só quero ouvir os seus gemidos. Fui clara?
— Sim, senhora. – havia um sorriso malicioso preso nos lábios de Sarah.
Me ajoelhei na cama, ainda entre as pernas de Sarah.
— Me dê as mãos.
Sarah prontamente estendeu os braços na minha frente. Peguei a algema e prendi os pulsos de Sarah.
— Pergunte a minha cor. – disse ela.
— Qual sua cor, Sarah?
— Verde.
— Ok. – levantei os braços dela, apoiei-os sobre o travesseiro. Seus olhos estavam atentos, pareciam tentar decifrar meus próximos passos.
— Até o final desta noite, só falarei com o seu consentimento. – declarou Sarah.
Inclinei-me sobre ela, apoiando meus antebraços na cama. Beijei delicadamente seu pescoço, absorvendo seu aroma envolvente. Sua pele era incrivelmente macia sob meus dedos, deslizei-os suavemente por sua barriga em direção à sua intimidade. Meus lábios encontraram os de Sarah novamente, enquanto explorava sua textura sedosa. Ao introduzir dois dedos em seu sexo, percebi sua umidade crescente. Por um breve instante, seus lábios se separaram dos meus, liberando um gemido. Os momentos seguintes foram envoltos em desejo, com os gemidos de Sarah intensificando-se à medida que meus dedos exploravam-na com maior intensidade.

DOMINADORA POR ACASO (Sáfico)Where stories live. Discover now