Capítulo LXXIX

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Após o banho, Ema parecia concentrada, secando os cabelos com o secador diante da pia do banheiro, seu roupão branco deixava apenas uma pequena parte de seu colo exposta, suficiente para me hipnotizar. Impossibilitada de me mover para longe da pia, fiquei ali, contemplando-a, até que me olhou, desligando o secador.
— O que está pensando? – perguntou, quebrando o silêncio.
— Nada, apenas observando você. Você é realmente linda, Ema. – deixei escapar um sorriso ao vê-la retribuir timidamente.
— É estranho ser observada fazendo algo tão trivial. – comentou, desviando o olhar.
— Eu vou te deixar em paz, mas só por enquanto. Estou ansiosa para aproveitar minha folga para te encher de beijos. — afastei-me da pia, sorrindo.
— Talvez eu te puna. – disse Ema, de forma enigmática.
— Agora? – parei antes de chegar à porta, intrigada.
— Sim. – ela confirmou.
— Como deseja fazer isso? – voltei para perto dela.
— Da maneira que sugeriu. Vou castigar seu bumbum. – respondeu ela, mantendo a seriedade.
— Isso até parece fofo saindo dos seus lábios. – brinquei, aproximando nossos rostos, sentindo sua respiração se misturar à minha. — Mas só de pensar em você me chicoteando, sinto minha buceta ficar molhada.
Ema franziu a testa, surpresa com minha ousadia.
— Você é bem safadinha.
— Sou... Eu quero que você me domine, Ema. Pode ser rude comigo durante os castigos, eu gosto. Quanto mais forte me pegar, mais excitada ficarei. Nem consigo descrever a euforia que sinto só de pensar em você me agarrando e me fazendo sua quando bem entender, na hora e no lugar que quiser. – respirei profundamente, perdida nas sensações, meu coração batia mais rápido. — Confio minha vida em suas mãos, sei que estou segura com você.
— Isso foi intenso. – Ema soltou o secador. — Vamos para o seu quarto secreto?
— Nosso quarto secreto. Me leve para lá quando quiser. Eu já disse, gosto de ser dominada por você. Sou a Dra. Sarah Rodrigues no tribunal, mas aqui sou apenas sua namorada... E quando entrarmos no quarto secreto, serei sua escrava.
Ema pôs a mão em minha nuca, entrelaçando os dedos em meu cabelo. O gesto arrancou-me um leve gemido. Seu olhar passeava entre meus lábios e meus olhos.
— Quero estabelecer algo entre nós. Vou te punir quando necessário, porque você gosta disso, mas não irei te humilhar ou tratar como um mero objeto sexual.
— Tudo bem. – concordei, ansiosa pelo que viria a seguir.
Entramos no quarto secreto e, desta vez, Ema quis explorá-lo, chegando a tocar em alguns itens expostos. Ela me olhava com um pequeno sorriso ao achar um ou outro intrigante. Embora apreciasse sua curiosidade, sabia que não tínhamos o dia todo para nós. A função de babá nos aguardava em poucas horas. Busquei a chibata que estava pendurada e ofereci-a para Ema. Seus olhos percorreram o couro preto e seus dedos tocaram-no, tirando o instrumento da minha mão com suavidade.
— Como faremos isso? Você fica de pé? – questionou Ema.
— Você decide. – respondi.
— Não. – Ema fez um leve aceno negativo com a cabeça. — Eu não quero decidir isso sozinha. Para mim, isso não se trata de uma cena, é apenas uma... Brincadeira erótica. Preciso que me guie. Não quero promover dor além do necessário.
— Certo. – estendi a mão. — Eu vou te mostrar como deve manusear isso.
— Ok. – disse Ema, devolvendo-me a chibata.
— Assim. – ergui o instrumento. — Segure com firmeza. – instruí. — E...
— Espere. – Ema interrompeu, estendendo a mão aberta na minha frente. — Eu quero sentir a intensidade.
— Ema...
— Se não vai me atender por bem, então direi que é uma ordem.
— Ema, nós temos percepções diferentes sobre a dor. Se eu te acertar com isso, você não vai usá-lo em mim depois. – justifiquei.
— Por quê?
— Vai doer, mas para mim é excitante. Para você vai ser apenas dor. Compreende? Além disso, sua mão vai ficar marcada por um tempinho.
— Entendi. – Ema virou-se de costas, pôs o cabelo para o lado esquerdo e desceu o roupão, deixando as costas expostas. — Faça.
— Ema, não.
— Sim, faça. – insistiu Ema.
— Se vai me obrigar a fazer isso, então não vamos prosseguir com a punição. – declarei irredutível. Ema se virou para me olhar, fechando o roupão.
— Se nega a fazer isso em mim, mas deseja que eu faça em você. Isso não te parece contraditório? Mesmo que tenhamos concepções diferentes sobre a dor. Ainda sim, estarei te batendo. Na minha cabeça isso é um pouco confuso. – explicou Ema.
— Entendo. E está tudo bem. – aproximei-me de Ema. — Não precisamos fazer, darei outro jeito.
— Dará outro jeito? Como? – Ema estreitou os olhos.
— Esquece isso, amor. – dei um selinho em Ema. — Vai se vestir, eu saio daqui a pouco. E descemos juntas.
— O que vai fazer, Sarah?
— Amor...
— Sarah, você vai se machucar?
— Não, eu sei até onde posso ir. – respondi.
— Me dê. – Ema estendeu a mão.
— Não vai deixar que eu faça?– questionei.
— Eu mesma farei. Pelo visto, você realmente gosta disso. – respondeu Ema.
— Não faça isso por mim, Ema. Depois se sentirá mal.
— Eu quero fazer.
— Sério? – franzi a testa surpresa.
— Sim. Agora, vire-se de frente para a parede e tire o roupão. – ordenou Ema. Sem questionar, apenas fiz o que disse. Apoiei as mãos na parede e afastei as pernas, sentindo a presença de Ema atrás de mim. Meus pelos se arrepiaram como se uma brisa fria me tocasse.
Os minutos seguintes me arrancaram gemidos enquanto Ema cumpria sua promessa, castigando minha bunda com a chibata. Cada golpe era sentido profundamente, o estalo do couro cortando o ar antes de atingir minha pele sensível. Contei as chibatadas mentalmente, sentindo a intensidade aumentar a cada impacto. A cada golpe do couro contra minha pele, experimentava um misto de dor e prazer, uma dança íntima entre sensações contrastantes. A ardência que permanecia após cada golpe me deixava ansiosa por mais, uma ânsia que crescia a cada novo estalo da chibata. Eu poderia ficar ali, entregue ao castigo de Ema, por um bom tempo, não seria um martírio, mas um prazer que se entrelaçava com cada chicoteada, levando-me a um estado de êxtase e submissão profundamente satisfatório.
Por fim, Ema parou, e o silêncio ecoou pelo quarto, preenchendo o espaço após as dez chibatadas precisas. Meu corpo ainda vibrava com a sensação das chicotadas, ansiando por mais, mas optei por manter-me em silêncio, respeitando o momento de pausa. Conhecia Ema o suficiente para compreender que ela processava aquela experiência de forma distinta, precisando de tempo para assimilá-la e integrá-la à sua própria jornada de prazer e descoberta. Era como se, para ela, aquele ato fosse se transformando gradualmente em algo tão natural quanto um afago ou um beijo de boa noite. Aos poucos, nosso vínculo se tornava mais profundo, cada experiência compartilhada adicionava uma nova camada de intimidade e compreensão mútua. As nuances de nossos desejos, limites e emoções se entrelaçavam, criando uma teia complexa de conexão que transcendia o físico e adentrava os recônditos mais profundos de nossas almas. Cada momento de vulnerabilidade compartilhada, como aquele, fortalecia os alicerces de nossa relação, transformando-a em algo resiliente e verdadeiramente significativo.
Ema tocou minha cintura com as duas mãos, e pude sentir que ela ainda segurava a chibata. Seu corpo se juntou ao meu, fazendo uma pressão no meu glúteo, que me fez gemer suavemente. A dor pulsante foi gradualmente compensada pelo toque quente e acolhedor de Ema, que envolveu meu corpo em um abraço reconfortante. Fechei meus olhos, entregando-me completamente a ela, permitindo-me relaxar sob sua proteção.
— O que posso fazer por você agora? – Ema perguntou, sua tom suave transmitia sua preocupação genuína comigo.
— Cuida de mim. Tenho um kit com pomadas e outros utensílios que talvez precisemos em outros momentos. Pegue a pomada analgésica – solicitei, confiante em sua capacidade de me confortar e cuidar de mim.

DOMINADORA POR ACASO (Sáfico)Where stories live. Discover now