Capítulo XLIX

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Atualmente...

(Ema narrando)


Coloquei um jeans, um moletom e cobri minha cabeça com o capuz. Caminhei sem rumo por um tempo até bater na porta de Nicolas. Ele demorou mais do que o usual para abrir, e ficou confuso ao me ver.


- Ema. - ele me encarou. Estava sem camisa, com uma toalha branca envolta no quadril.


- Posso entrar?


- Pode, mas estou com alguém. Suas dicas deram certo. - ele comentou.


- Não quero atrapalhar. - dei um passo para trás. - Boa sorte aí. - forcei um sorriso.


- Ema, o que aconteceu? São quase 11 horas da noite. O que faz andando por aí sozinha? Esqueceu que o prefeito quer sua cabeça?


- Ele faria um favor me matando. - dei passos em direção à rua.


- Ema! Volta aqui. - Nicolas avançou, segurando a parte superior da toalha. - Vou deixar a Joana em casa, quando voltar a gente conversa.


- Não pedi por nada disso, Nicolas. - me sentei na calçada e me curvei para a frente. - Minha mãe estava certa, eu deveria ter feito medicina. As pessoas são gratas aos médicos, enquanto nós somos massacrados.


- O que está acontecendo? - Nicolas se aproximou.


- Sarah é filha do cara que arruinou minha carreira. - respondi.


- Caraca. - Nicolas sentou ao meu lado. - Não vai rolar segundo round, cê me brochou, Ema.


- Gosto dela, Nick. Como isso vai funcionar? - olhei para ele.


- Vai namorar ela ou o pai dela?


- Ela, mas...


- Para de dificultar sua vida, Ema. Viva um dia de cada vez, estamos desempregados. O que temos a perder?


- No meu caso, a vida. Digamos que meu sogro me odeia.


- Isso não é normal? Achei que todos os sogros odiassem as noras e os genros. - disse Nicolas.


- Acha que devo ficar com a Sarah?


- Eu ficaria.


- Ficaria se estivesse no meu lugar ou ficaria se ela quisesse você? - questionei.


- Tanto faz.


- Ah, seu talarico. - dei um tapa no ombro de Nicolas.


- Ai, Ema! A Joana mordeu meu braço, e me arranhou todo. - ele acariciou a pele.


- Não quero saber os detalhes sórdidos da sua noite. - fiz careta.


- Você vai entrar?


- Não, preciso resolver uma coisa. - me levantei. - Obrigada pelo conselho. - saí correndo.

Continua...

O que será que a Ema vai fazer?

DOMINADORA POR ACASO (Sáfico)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora