Capítulo XCIII

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(Sarah narrando)

Os minutos em que Ema se ausentou do quarto foram repletos de angústia. Incapaz de me virar para vê-la ou chamá-la devido à posição restrita em que ela me deixou, tomei a decisão de apoiar a cabeça no travesseiro e fechar os olhos, escolhendo poupar energia diante da incerteza do que ela faria quando voltasse.
F

inalmente, o barulho de passos me alertou para sua volta. Ergui a cabeça e tentei espiar. Engoli em seco, sentindo um vazio no estômago. Ema estava trajada de preto e seu semblante carregado não me encarava diretamente, parecia haver algo prendendo sua atenção. Deslizei meus olhos por ela, mas meu campo de visão não alcançava nada abaixo dos joelhos dela. Ainda assim, a visão de suas coxas marcadas no jeans escuro me fez suspirar. Seus braços marcavam levemente as mangas do casaco, delineando seus músculos. Seus cabelos caíam em cascata lateralmente, e seus olhos castanhos pareciam profundos e intensos como a noite. Senti meu corpo reagir, ansiando pelo toque de Ema. Eu precisava senti-la de alguma forma.
Ema dirigiu-se aos acessórios expostos, escolhendo um chicote. Ao bater o couro com força moderada em sua própria mão, o estalo fez meus músculos se contraírem involuntariamente, como se o golpe tivesse sido desferido em mim. Quando ela se posicionou atrás de mim, apoiando um dos pés sobre a cama, pude ver sua bota. Seus olhos percorriam meu corpo, seu olhar tão sedento que quase pude sentir cada centímetro dele passeando por mim.
Sem aviso prévio, a primeira chicotada cortou o ar, e a ardência em minha bunda ocorreu antes que eu pudesse soltar um grito. A dor se intensificava a cada golpe seguinte, castigando minhas nádegas, e eu grunhia feito um animal.
Mentalmente, eu contava as chicotadas, e cada uma delas deixava sua marca em mim. Quando a décima cortou o ar e atingiu minhas nádegas, não gruni, em vez disso, aceitei o poder que Ema exercia sobre mim naquele momento, ciente da minha submissão diante dela.
Fechei os olhos, sentindo minha respiração densa, enquanto o calor das chicotadas pulsava em minhas nádegas, tornando-as sensíveis como se pimenta tivesse sido despejada sobre minha pele. Embora tivesse a opção de gesticular para sinalizar a Ema que interrompesse aquela sessão, hesitava, consciente de que interromper agora poderia ser interpretado como fraqueza. Decidi então suportar qualquer situação que Ema me submetesse, pois era crucial para mim demonstrar a ela como a dor era prazerosa, como eu encontrava prazer naquela sensação intensa que me consumia durante aquela sessão.
Abri os olhos ao sentir um toque macio e suave em meu cóccix. Ema havia se inclinado sobre mim e beijava minha pele com delicadeza. Seus lábios traçaram um caminho descendente por minhas nádegas, e pude contar um beijo para cada chicotada que anteriormente havia me castigado. Era surpreendente como ela conseguia ser afetuosa mesmo enquanto me disciplinava.
Ema se ausentou do quarto sem me avisar, apenas notei seus passos se afastando, deixando-me curiosa sobre o que ela estaria tramando. Quando retornou, tinha em mãos uma cinta e um pote de lubrificante, indicando claramente suas intenções. Observei-a tirar o casaco e largá-lo no chão, enquanto vestia a cinta sobre a calça com determinação. Em um instante, ela já estava sobre mim. Seu cheiro envolvente invadiu minhas narinas, intensificando ainda mais o desejo que eu sentia por ela.

Continua...

DOMINADORA POR ACASO (Sáfico)Where stories live. Discover now