Capítulo XC

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(Ema narrando)

Entramos no darkroom de Sarah envoltas apenas em roupões. Ela permanecia quieta, aparentemente confusa quanto à razão da nossa presença ali.
Ao explorar o ambiente, examinei cuidadosamente cada equipamento, buscando compreender sua finalidade. Foi durante essa análise minuciosa que percebi detalhes que haviam passado despercebidos em minha primeira visita. No centro do quarto, uma cama grande chamou minha atenção, adornada com lençóis de cetim e algemas presas aos cantos. Ao redor dela, observei ganchos no teto para suspensão, correntes penduradas e argolas fixadas nas paredes, tudo projetado para facilitar diversas formas de amarração e restrição. Próximo à parede, um banco de madeira robusto oferecia conforto, equipado com almofadas de couro. Na outra extremidade do quarto, uma variedade de brinquedos e acessórios, incluindo chicotes, algemas, coleiras e mordaças, estavam estrategicamente dispostos em prateleiras e mesas. A iluminação, tingida de vermelho, criava uma atmosfera envolvente, exalando uma sensação de perigo e excitação.
Caminhei até a cama e deslizei meus dedos sobre o lençol, apreciando a suavidade luxuosa do cetim. Ao me virar na direção de Sarah, percebi que ela me observava com atenção.
— Deve estar confusa. – comecei, sentindo a necessidade de explicar. — Eu relutei em aceitar que parte de mim gosta da sensação de controle sobre outra pessoa. Eu precisava ser controladora e rígida durante o meu trabalho, para evitar imprevistos. Não parecia certo estender esse comportamento para o sexo, principalmente com você. – confessei, notando como Sarah se aproximava enquanto me ouvia atentamente. — Eu tenho alguns bloqueios, Sarah. E não irei mais penalizar ninguém por eles.
— Amor... – Sarah começou a dizer, mas eu a interrompi.
— Espera. – pedi, sentindo o peso das minhas palavras. — Eu sei que você é compreensiva. E obrigada por ser a melhor pessoa que já tive na minha vida. – expressei com sinceridade enquanto avançava devagar em direção a Sarah. — Eu amo você.
— Que bom. – Sarah sorriu, emocionada. — Porque eu também te amo. – ela disse, abraçando-me calorosamente. Respirei fundo, sentindo a tranquilidade daquele momento, reconhecendo aquele abraço como um dos mais acolhedores que já recebi.
Após alguns minutos, Sarah se afastou e fixou os olhos nos meus.
— Já ouviu falar em foder com amor? Vou sentir o seu afeto em cada tapa, em cada puxão de cabelo, em cada aperto mais forte. – disse ela, arrancando um riso meu.
— Certo. – concordei com um aceno de cabeça. — Estou pronta para te encher de amor.
— Sério? – Sarah mordeu o lábio inferior, lançando-me um olhar malicioso.
— Sim. – coloquei minhas mãos sobre seus ombros e dei-lhe um beijo suave nos lábios, afastando-me lentamente. Sussurrei baixinho: — Precisa de um tempo para se preparar?
— Sim, estive ocupada no escritório durante toda a tarde. E nós duas compartilharmos o banho, não era o momento apropriado para usar a ducha higiênica. Seria uma intimidade excessiva, sabe? Prefiro manter algumas coisas longe de seus olhos.
— Você tem todo o tempo que precisar. – respondi.
— Só preciso de 10 minutos. – ela disse. — Fica quietinha, tá? Não vai querer se prender acidentalmente.
— Vou ficar na cama. – respondi.

Continua...

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DOMINADORA POR ACASO (Sáfico)Where stories live. Discover now