Capítulo XCVI

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(Ema narrando)

Naquela manhã, a academia do condomínio estava agitada, mas eu me mantive focado na execução dos meus exercícios. Ergui os pesos com determinação, sentindo meus músculos se flexionarem a cada repetição. Meus olhos permaneceram fixos no espelho, enquanto eu ajustava minha postura com precisão para a próxima série.
Enquanto isso, Nicolas se aproximou, pude ver seu reflexo no espelho. Ele me observava com um sorriso no rosto.
— Tá malhando os braços pra carregar a Sarah na lua de mel? – ele disse, me fazendo parar o exercício.
— Não, estou malhando para manter a boa forma. Eu vou voltar para a corporação. – respondi.
— Tá, decidida. Isso aí, minha garota. – ele afagou meu cabelo. — Hoje vai pra boate comigo? Eu pedi pro gerente reservar a vaga de segurança. Falei muito bem de você. E ele ficou interessado. Acha que as meninas vão se sentir mais à vontade com você.
— Vou, mas só irei ficar por um tempo. No fundo sei que a Sarah se incomoda, mas preciso do dinheiro. Não me sinto bem não contribuindo em nada na casa dela.
— Ela parecia satisfeita com sua contribuição de madrugada. Eu ouvi uns gemidos na cozinha. E voltei para o quarto. Bebi água da torneira da pia. Vou lembrar de levar uma jarra com água hoje a noite para o quarto. – Nicolas tocou meu ombro. — Entendo porque você vive se exercitando, não deve ser fácil namorar uma mulher tão fogosa.
— Podemos só ignorar que isso aconteceu? Eu fui imprudente. – murmurei, sentindo o calor subir ao meu rosto.
— Relaxa, Ema. – Nicolas sorriu para mim. — Você passou tanto tempo sem transar, que mesmo que fizesse umas duas vezes por dia, ainda estaria em atraso.
Franzi a testa, abrindo um pouco mais os olhos.
— Obrigada por me lembrar disso. – ironizei.
— Não tem de quê.
— Segura. – entreguei os pesos para Nicolas. Seus ombros caíram e sua coluna se inclinou. — Endireita a postura, vai.
— Por que decidi vir falar com você? Poderia muito bem ter ficado na cama.
— Sabe como vão nos tratar quando voltarmos para a polícia? Como caipiras fora de forma. – endireitei a postura de Nicolas. — E... Você quer proteger a Verônica e a filha dela de pessoas ruins, não quer?
— Claro. Serei como o Super-Homem. – ele ergueu os pesos até a altura dos ombros.
— Vai usar a cueca por cima da roupa? – levantei uma sobrancelha.
— Não, Ema. Meu amigo precisa de espaço. Nada de cuequinhas apertadas.
— Nick, por favor, não diga isso perto da Verônica. Pode ser constrangedor. – comentei.
— Relaxa, Ema. Para ela, ele é o Big Nick. – ele riu, fazendo-me revirar os olhos.
— Você é um bobão.
— A pequena Ema brincou com a pequena Sarah na cozinha? – Nicolas indagou, fazendo-me estreitar os olhos e bufar.
— Vou aumentar os halteres, talvez assim você não consiga falar besteiras.
— Não. – Nicolas colocou os pesos no chão. — Eu vou fazer a velha e boa flexão de braço. E bem longe de você. Continue aqui, trabalhando os tríceps e bíceps para carregar a Sarah no colo na lua de mel.
— Ei, pare de brincadeira. Tenho um assunto sério para tratar. Lembra quando pediu para conhecer meus pais? Seu desejo será realizado. Vamos até lá antes do almoço. Quero combinar um jantar para apresentar a Sarah a eles.
— Caraca... O negócio está sério. – Nicolas enroscou o braço no meu pescoço e afagou meu cabelo com a outra mão. — Eu vou ser o padrinho.
— Nicolas Franco.  – falei pausadamente, tentando manter a paciência. — Não me aborreça tão cedo.
— Pare, Ema. Você já comeu o biscoitinho da Sarah, agora tem que casar.
— Biscoitinho? Você realmente se supera. – sorri fraco, tentando manter a pose de durona.

DOMINADORA POR ACASO (Sáfico)Where stories live. Discover now