Capítulo CXIII

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Chegamos ao lago pouco antes das 10 horas da manhã. Daniele parecia especialmente animada para andar de pedalinho, enquanto os raios de sol penetravam através das árvores, criando um cenário pitoresco ao redor do lago. A luz intensa do sol fazia-me estreitar os olhos ao baixar meus óculos, conferindo a beleza natural que nos cercava.
— Como eu aceitei isso? – Mariana expressou seu descontentamento, olhando para a extensão do lago. — Deve haver corpos em decomposição neste lago. Os patos se alimentam de carne podre e vísceras.
— Mari, o gramado está bem cuidado e a água é limpa. – retrucou Daniele, olhando para Mariana com um sorriso tranquilizador. — Vamos, amor. Abre um sorriso. Sei que vai gostar do passeio.
— Estou gostando. – Mariana forçou um sorriso, tentando convencer Daniele. — Parece divertido pedalar em um lago com o sol queimando as nossas retinas.
— Seja positiva, Mari. – Daniele pediu, dando um selinho nela com carinho. — E eu serei boazinha com você mais tarde.
— Hm. – Mariana respondeu com um tom de incerteza, ainda tentando dissipar sua relutância.
— Podemos ir? – sugeriu Ema. — Nunca estive em um desses.
— Sério? O que fazia com sua ex? – indaguei, percebendo o desconforto causado pela pergunta imediatamente. — Não, não responda. Posso imaginar o que faziam nas suas folgas, naquela cidadezinha entediante.
— Venha. – Ema me puxou pela mão com entusiasmo. — Não há nada melhor do que focar no presente e aproveitar este momento juntas.
Enquanto nos dirigíamos para os pedalinhos, a relutância de Mariana parecia diminuir gradualmente. Escolhemos dois pedalinhos, cada casal em um, e empurramos suavemente da margem para a água.
— Uau, que vista incrível! – exclamou Daniele, apontando para a copa das árvores ao longe. A paisagem se desdobrava diante de nós como uma pintura em movimento, com cores e detalhes surpreendentes.
— É realmente lindo. – concordou Ema, olhando ao redor maravilhada.
Com o vento suave soprando em nossos rostos, sentíamos a liberdade e a alegria do momento nos envolverem. Mariana, com um brilho nos olhos, acelerou seu pedalinho, desafiando-nos para uma corrida emocionante.
— Vamos lá, pessoal! Quem chegar por ultimo paga o almoço! – disse ela, com um sorriso travesso.
Sem hesitar, Ema e eu aceitamos o desafio, aumentando o ritmo de nossos pedalinhos e nos lançando na corrida. O coração batia forte de excitação enquanto competíamos, desviando habilmente dos patos que nadavam tranquilamente em nosso caminho.
As gargalhadas ecoavam ao nosso redor enquanto nos aproximávamos da linha de chegada. Mariana e Daniele estavam à frente, a determinação de ambas ficava evidente em cada pedalada. Mas Ema e eu não estávamos dispostas a desistir tão facilmente, e aumentamos nosso esforço para alcançá-las.
— Quase lá! – gritou Mariana, com a respiração pesada, enquanto seguíamos em direção à margem.
Com um último esforço, cruzamos a linha de chegada praticamente juntas, todas ofegantes e com os rostos iluminados por sorrisos radiantes. Os pedalinhos bateram contra a margem, causando um solavanco que nos agitou e  desencadeou uma série de risadas.
— ISSO FOI ÓTIMO! – disse Daniele aos berros, ficando em pé no pedalinho, completamente empolgada. Mariana rapidamente segurou com firmeza no quadril da amada, ciente de que a impulsividade de Daniele poderia custar um banho frio no lago.
— Calma aí, aventureira! – brincou Mariana, mantendo Daniele equilibrada.
— Podemos considerar um empate? – indaguei, olhando para Mariana com um sorriso brincalhão.
— Eu sei que ganhei por alguns centímetros, mas como sou uma dama, deixarei que compartilhe da minha vitória. – disse ela, com um ar de elegância e humor.
Ema prontamente deixou o pedalinho e estendeu a mão para me ajudar a descer. Nos abraçamos calorosamente, e eu sussurrei em seu ouvido:
— Obrigada por me animar.
— Quem faz os melhores programas de casal? – Daniele exibia um sorriso confiante ao descer do pedalinho.
— Você. Com certeza você. – concordei, retribuindo o sorriso e piscando para ela.
— Lembra da vez que fomos acampar? — perguntou Ema.
— Como poderia esquecer? Foi uma aventura e tanto. – respondi, sorrindo ao recordar os momentos hilariantes que vivemos.
— Com certeza, Sarah se derreteu depois daquele soco. – Mariana brincou, provocando uma risada alta em todas nós.
— Talvez. – olhei para Ema, apreciando sua presença ao meu lado. — É reconfortante ter uma mulher que sabe tanto dar socos quanto atirar.

CONTINUA...

DOMINADORA POR ACASO (Sáfico)Where stories live. Discover now