Capítulo LII

627 58 4
                                    

Passei o café enquanto Sarah tomava banho. Mariana entrou na cozinha, vestindo um robe preto sobre a camisola cinza. Seu cabelo estava levemente bagunçado, e seu rosto apresentava um leve inchaço.
— Bom dia, policial. – cumprimentou ela, ocupando um lugar à mesa. — Esses pães são da padaria da sua admiradora?
— Não, comprei no bairro vizinho após meu treino no parque.
— Treino? Que horas acordou?
— Às 5 horas. Gosto de correr pela manhã. É bom para espairecer a mente. – levei a jarra com café até a mesa. — Açúcar?
— Sim, obrigada. – respondeu Mariana. — Suponho que você e a Sarah tenham feito as pazes.
— Sim. – servi café para Mariana. — Você sabia a verdade, não é?
— Sabia, mas não gosto de me meter nas decisões da Sarah. Mesmo quando sei que é uma decisão ruim. Precisa de muito estômago para ir para a cama com a Norman, concorda?
— Nunca me atrai pela Norman. Ela é imatura demais para o meu gosto, mas é uma garota bonita. – respondi.
— Eu já estive com mulheres imaturas, são um belo pé no saco. Prefiro as experientes, dão menos dor de cabeça.
— Não teme se apaixonar por outra pessoa? Ou que isso aconteça com a Daniele? – indaguei.
— Não, nunca levo o meu coração para a cama. Exceto com Daniele, sem dúvida, será com ela que vou construir uma família. Temos um combinado, podemos abrir ou fechar o relacionamento a qualquer momento, basta uma de nós decidir isso. – Mariana explicou.
— Já fecharam alguma vez? – pus café para mim.
— Sim, durou cinco dias. – Mariana sorriu. — Encontramos uma bela mulher no clube e a levamos para o flat. Foi uma noite muito interessante, Ema. Deveria experimentar.
— Prefiro não fazer isso, já tenho muitas coisas para lidar. – respondi.
— Sarah já ficou com mais de uma mulher durante uma cena, uma delas se chama Lina. Precisa conhecê-la. Ela é experiente. Já permiti que ela castigasse a Daniele.
— Como suporta ver outra mulher tocando sua namorada?
— Não importa quem esteja tocando ela. Eu sempre estou no comando, as outras mulheres são meros instrumentos de prazer. Compreende? – Mariana levou a xícara até a boca.
— Compreendo, mas gosto de ser monogâmica.
— Sabe que isso é contra a sua natureza?
— Algumas pessoas dizem que uma mulher namorar outra mulher também é contra a natureza. Não ligo para opiniões alheias sobre minha vida amorosa ou profissional. – respondi.
— Imagine, duas mulheres exuberantes na sua cama, implorando...
— Não tente doutrinar minha namorada. – Sarah entrou na cozinha interrompendo Mariana. — Nada de outras mulheres beijando essa boquinha gostosa. – ela se aproximou e me abraçou por trás, dando um beijo em minha bochecha.
— Está bem? Digo o seu...
— Meu traseiro está ótimo. – disse Sarah me soltando. — Eu adorei conhecer a Ema malvada.
— Ema malvada? – Mariana me olhava. — Preciso conhecer essa versão sua.
— Eu fico arrepiada só de lembrar da Ema me fodendo com força. – Sarah sentou ao meu lado. Sorri envergonhada.
— Eu não fiz nada demais.
— Será que a Ema malvada já fez as malas? Eu quero ir embora dessa cidade de merda até o meio dia. – disse Mariana.
— Não fiz as malas. Preciso falar com uma corretora para pôr minha casa à venda. Não tenho interesse em levar móveis, apenas minhas roupas e meus documentos.
— Posso ir com você, também vou pôr minha casa à venda. Já fisguei a mulher mais interessante da cidade. – Sarah me deu um selinho.
— Eu odeio pessoas apaixonadas. São cafonas e melosas. – Mariana bufou.
— Ah, conta outra, Mari. Já vi você melosa com a Dani.
— Eu não sou cafona como você.
— Será que posso ser cafona em paz? Eu estou apaixonada. E você vai precisar lidar com isso todos os dias no escritório. – disse Sarah.
— Eu vou mudar minha sala para outro andar, assim não vou ouvir seus suspiros sempre que receber uma mensagem da Ema. – Mariana disse com implicância.
— Sua chata. – Sarah fez careta.

DOMINADORA POR ACASO (Sáfico)Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang