Capítulo LXII

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Durante o almoço, Sarah se uniu a nós. Nicolas, sentado à minha frente, fixou o olhar em mim, como se me desafiasse a abordar Sarah acerca da nossa conversa na academia.
— Amor, como foi sua manhã? – perguntou Sarah, antes de levar o garfo até a boca.
— Fui treinar. Estou bem enferrujada. Meus ombros estão doloridos, mas vou ficar bem. – respondi.
— Tente descansar um pouco à tarde. Eu quero te levar para jantar à noite. Quero que conheça meus colegas de trabalho. – disse Sarah, terminando de mastigar.
— Ah, legal, mas... Bem, eu estou meio dura, Sarah. Imagino que seus colegas de trabalho frequentem lugares caros.
— Vai ser um restaurante modesto, amor. E não se preocupe com a conta, tá? – Sarah sorriu para mim.
— O Nick disse que estão precisando de mais gente na boate, onde ele está trabalhando. Pagam bem. E... Eu pensei...
— Quer trabalhar lá? – Sarah me interrompeu.
— Isso seria um problema?
— Não exatamente. – Sarah cortou a carne com mais força que o necessário. — Eu trabalho para homens que parecem batatas de paletó. E você quer trabalhar para mulheres que ganham a vida tirando a roupa?
— Eu acho que você se importa. – pressionei um lábio ao outro.
— Não é um puteiro, Sarah. As garotas não saem com os caras, só se apresentam. – Nicolas argumentou.
Sarah respirou fundo, pegou o guardanapo e limpou os lábios. Em seguida, afastou a cadeira e se levantou, dizendo:
— Me deem licença.
— Sarah, eu não vou fazer algo que te deixa desconfortável. – observei Sarah se afastar da mesa. — Sarah... Eu ainda estou falando com você. – ela deixou a sala de jantar sem me olhar.
— Que ciumenta. – Nicolas resmungou.
— Eu sabia que ela ia ficar chateada. – respirei fundo.
— É só ignorar ela. No jantar, ela vai ter esquecido a birra. – disse Nicolas.
— Você não entende nada de mulheres. – estalei a língua antes de me levantar da cadeira. Sai do cômodo e segui para a escada. Subi com pressa. Fui até o quarto, a porta estava entreaberta. Fechei-a ao entrar. Sarah estava próxima à cama desabotoando a blusa.
— Eu não me oponho, Ema. Pode ir. – sua voz carregava uma irritação.
— Dia difícil? – indaguei dando passos em direção a Sarah.
— Não.
— Mentimos uma para a outra? – parei à frente dela.
— Eu estou com ciúmes, satisfeita? – Sarah me olhou nos olhos.
— Eu quero que você se ajoelhe.
— Ema, não é um bom momento. Eu estou irritada. – Sarah retrucou.
— Eu estou mandando, Sarah. – insisti. — Se não consegue me obedecer sem fazer objeções, significa que não estou fazendo um bom trabalho como dominadora.
— Desculpe. – Sarah se ajoelhou à minha frente. Seus joelhos estavam escondidos na saia social.
— Olhe para o chão. – ordenei.
— Estou sendo punida por sentir ciúmes? – Sarah indagou, ainda me olhando.
— Está sendo punida por não confiar em mim. Quando te dei motivo para desconfiar da minha fidelidade? – me agachei na direção de Sarah, encarando-a.
— Nunca me deu motivo para isso, mas o ciúmes é um sentimento irracional. – Sarah argumentou.
— Eu só quero ouvir as seguintes palavras sair da sua boca. – segurei no queixo de Sarah e aproximei meu rosto do dela. — Diga “sim, senhora”, ok?
— Sim, senhora. – Sarah respondeu baixo.
— Agora, permaneça de joelhos e encare o chão. Eu vou descer para terminar de almoçar, quando eu terminar eu vou subir. Espero te encontrar da mesma forma que deixei. Entendido?
— Sim, senhora. – Sarah arfou.
— Ok. – me levantei e dei passos em direção à porta. Ao chegar no corredor, respirei fundo. — Espero que isso funcione.

***

Retornei para o quarto, cerca de meia hora depois. Sarah permanecia na mesma posição. Fechei a porta e andei em direção a Sarah.
— Levanta. – Sarah se levantou, mas manteve a cabeça baixa. — Conseguiu se acalmar?
— Sim, senhora.
— Ótimo. – me aproximei mais dela e ergui seu queixo, fazendo-a olhar para mim. — Não gosto de fazer esse tipo de coisa, mas você me deixou falando sozinha. Gostaria que eu fizesse isso com você?
— Não, me desculpe, por favor. Prometo não fazer isso novamente.
— Tá. – abracei Sarah com apenas um dos braços. — Pode preparar a banheira? Vamos usá-la.
— Posso. – Sarah esboçou um pequeno sorriso.

Continua...

DOMINADORA POR ACASO (Sáfico)Where stories live. Discover now