Capítulo IX

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Durante aproximadamente dez minutos, percorremos o caminho até a casa de Sarah, e imediatamente reconheci a residência. Os antigos moradores haviam se mudado da cidade há dois anos.
— Chegamos. – anunciou Sarah ao parar diante do jardim, onde a grama era meticulosamente aparada, e um caminho de tijolos cinzas conduzia até a imponente porta de madeira branca da residência. A pintura recém-feita era diferente da antiga, que descascava.
— Você comprou esta casa? – indaguei.
— Comprei. Por quê? – Sarah me olhou.
— Eu conhecia os antigos moradores. O dono mudou-se para outra cidade com os filhos após o falecimento da esposa. A casa permaneceu desocupada por quase um ano até ser colocada à venda pela imobiliária local. Ninguém se interessou, talvez pelo rumor dos vizinhos de que é mal assombrada.
— A mulher do cara morreu aqui? – Sarah apontou para a casa. Assenti com a cabeça.
— Infartou na cozinha. – respondi.
— Merda. – murmurou Sarah.
— É supersticiosa? – indaguei.
— Não, mas vou imaginar um corpo estendido na minha cozinha enquanto como meu cereal.
— Perto da pia. – comentei.
— O quê?! – Sarah abriu mais os olhos. — Me poupe dos detalhes. – ela saiu dando passos duros, quase quebrando um dos saltos ao encaixá-lo sem querer em uma fresta entre os tijolos. Avancei na direção dela, agarrando seu antebraço esquerdo.
— Tome cuidado.
Sarah me olhou.
— Parece que você é meu anjo da guarda. – ela tocou meu queixo com a mão livre e virou o corpo sutilmente em minha direção.
— Precisa contratar alguém para fechar essas frestas, pode acabar torcendo o pé. – soltei o antebraço dela.
— Imagino que possa me indicar alguém. – Sarah deslizou os dedos pela minha mandíbula.
— Bem, já te deixei em casa, agora posso ir embora. – mantive meu olhar no rosto dela.
— Combinamos outra coisa, Ema. Você não é uma mulher que cumpre sua palavra? – ela arqueou uma das sobrancelhas.
— Já jantamos juntas. Isso não é o suficiente para você?
— Não, eu quero que passe a noite comigo. – Sarah disse em tom suave. Senti seus dedos deslizarem até minha nuca, e seu rosto se aproximou lentamente do meu. Sem hesitar, permiti que seus lábios tocassem os meus com suavidade. Seu aroma envolvente permeou o ar, e naturalmente, eu a enlacei com meus braços, prolongando o beijo. Inevitavelmente, recordei-me de Sarah no motel, e um suspiro escapou entre nossos lábios unidos. Sarah afastou o rosto, mantendo nossos corpos próximos. Seus braços envolveram meu pescoço, e nossos olhares se cruzaram.
— Eu quero, Ema. E sei que você também me quer. Não lute contra isso.

Continua...

Oi, gente!

Espero que estejam gostando da história. Será que a Ema vai entrar na casa da Sarah?

DOMINADORA POR ACASO (Sáfico)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora