Capítulo CVIII

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(Ema narrando)


Mariana me apresentou a três de suas amigas: Helena, Andréia e Serena. Todas foram extremamente simpáticas e acolhedoras.


- A Ema está namorando a Sarah há pouco tempo, mas o tempo é relativo, não é mesmo? - disse Mariana, lançando um olhar divertido ao trio.


- É um prazer conhecer você, Ema. - disse a mais alta, cujos traços a distinguiram imediatamente. Com mais de 1,80 de altura, cabelos castanhos longos e levemente ondulados, e um sorriso marcado por lábios vermelhos, ela emanava uma aura cativante. Apesar de sua aparência imponente, com vestes de couro e argolas prateadas, seu tom de voz era suave, e seu sorriso, gentil.


- Helena é casada com Andréia e Serena. - Mariana esclareceu. - E não, elas não têm um relacionamento aberto. São um trisal. - ela respondeu à minha pergunta antes mesmo que eu a formulasse, como se pudesse ler meus pensamentos.


- Somos quase conservadoras. - brincou Andréia, arrancando risos de Mariana. A mais baixa do trio, com cerca de 1,65 de altura, seus traços marcantes e pele de tom marrom vibrante revelavam sua herança indígena.


- Prazer em conhecê-la, Ema. Espero que possamos nos encontrar novamente em uma ocasião mais adequada, longe desse ambiente impregnado de álcool e egos inflados no ar. - disse Serena, exibindo um sorriso doce.


- Depois da Sarah, eu diria que Serena é a submissa mais pestinha que conheço. - Mariana interveio, provocando risadas.


- Desculpe a pergunta, mas como isso funciona? - perguntei, curiosa.


- Está indagando sobre nossos papéis na relação, querida? - Helena assumiu o papel de explicadora. - Eu sou uma dominatrix, imagino que tenha familiaridade com esse termo. A Andréia é switch. E a Serena é sub. - ela esclareceu.


- Eu não sei o que significa switch. - confessei. - Sou nova nisso.


- Deixarei que ela mesma explique. - disse Helena.


- Eu gosto dos dois mundos, Ema. Tem dias que adoro ser submissa. Outros dias, adoro ser dominadora. E às vezes, alterno entre os dois papéis na mesma cena. Minhas esposas gostam que eu faça isso, e eu também gosto. - explicou Andréia.


- Ah, entendi. - sorri. - Acho que todo dia aprendo algo novo.


- Eu me beneficio duplamente quando essas duas querem mandar em mim. - Serena se aproximou das esposas, apoiando a cabeça no ombro de Helena e acariciando o rosto de Andréia, que retribuiu com um beijo na palma da mão de Serena.


- O prazer é todo meu. - disse Andréia, sorrindo.


- Elas são uns anjinhos até que a luz vermelha acenda. - brincou Helena, observando as esposas.


- Meninas, sintam-se à vontade. Vocês sabem que tenho quartos livres. Se precisarem, usem sem hesitação. E por favor, me chamem para assistir. - disse Mariana.


- Talvez, mas preciso de mais do que duas taças de champanhe para ficar nua na sua frente. - disse Serena, com uma piscadela para Mariana. A mais jovem do trisal, com cabelos loiros cortados na altura dos olhos, olhos esverdeados e pele levemente bronzeada, ela parecia a mais extrovertida.


- Você é muito atrevida, Mariana Félix. - brincou Andréia.


- Ela não quer perder a fama de cafajeste. - comentou Helena.


- Vamos, Ema. Vou te apresentar à Karina e ao Gabriel. - disse Mariana, saindo.


- Tchau... - acenei com a mão. - A gente se vê.


- Tchau, Ema. - as três disseram quase em uníssono. Apesar das diferenças físicas e de papéis, as três pareciam possuir uma sintonia invejável. Era evidente o amor entre elas, embora essa realidade não fosse para mim, incapaz de imaginar compartilhar meu amor com duas mulheres.


- Ema, esta é Karina, também conhecida como Sra. X. - disse Mariana, apresentando uma mulher de cabelos grisalhos. Karina segurava um copo de whisky, ao lado de um homem jovem e envergonhado, que evitava nossos olhares.


- Tenho tantos nomes, Mariana. - disse Karina, com uma calma e elegância inabaláveis. - Mommy, Sra. X, e meu favorito, Mrs. Darkness. - ela estendeu a mão para mim, envolta em uma luva preta.


- Prazer, sou a Ema. - sorri, apertando a mão de Karina.


- Sra. Escuridão, apresente seu escravo, por favor. - pediu Mariana.


- O que posso dizer sobre esse ser desprezível? - Karina olhou para o rapaz.


- Não leve a sério, Ema. Karina é severa, mas tem o consentimento de Gabriel para tratá-lo assim. - explicou Mariana.


- Esse ser se excita quando o humilho. É um verme. - disse Karina, dando um gole em seu copo. Gabriel permanecia impassível, como um manequim de loja.


- Tenho dificuldade em entender as nuances de cada relação, mas respeito todas elas. - comentei.


- Você veio com a Sarah, não é? - Karina indagou, me olhando com interesse.


- Sim, estamos namorando. - respondi.


- Ela é uma bela cadela, eu a comeria se gostasse de mulheres como gosto de homens. - disse Karina, provocando uma careta minha. Mariana soltou uma risadinha.


- Ka, pegue leve, agora a Sarah é uma mulher comprometida. E a dona dela não gosta que outras pessoas a desrespeitem. - explicou Mariana.


- Lamento, não quis ofender sua escrava, mas de fato... Deixe para lá.


- Como assim? - perguntei.


- Bem, quando ela estava com a Lina, não se importava de ser ofendida. - respondeu Karina.


- Eu não me importo com o que Sarah fazia antes de mim. Agora, ela é minha namorada e merece ser tratada com respeito. - respondi, firme.


- Claro. - Karina concordou, respeitando minha posição.


- Venha, Ema. Tenho mais pessoas para te apresentar.


- Desculpe, Mari, mas prefiro voltar para a Sarah. Podemos deixar as outras apresentações para depois, tudo bem? - sugeri.


- Como preferir. - concordou Mariana, compreensiva.


- Encontraremos vocês depois então. - disse Mariana, com um sorriso gentil, enquanto nos afastávamos do casal.


Caminhamos pelo salão, passando por grupos de pessoas conversando animadamente e casais dançando ao som da música ambiente. O clima descontraído da festa contrastava com a intensidade das relações que acabara de presenciar.


Assim que nos aproximamos da varanda, avistei Sarah conversando com um grupo de amigos. Seu sorriso iluminou-se ao me ver, e meu coração deu um salto de alegria.


- Ema! - ela exclamou, abrindo os braços para me receber.


- Oi, Sarah. Senti sua falta. - respondi, envolvendo-a em um abraço caloroso.


- Estava conversando com alguns amigos. Venha conhecer todos eles. - disse Sarah, puxando-me gentilmente pela mão.


Segui Sarah, cumprimentando os amigos que ela me apresentava. Entre risadas e conversas animadas, senti-me em casa ao lado dela. A noite prometia ser memorável, repleta de novas experiências e momentos inesquecíveis ao lado da mulher que amava.

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DOMINADORA POR ACASO (Sáfico)Where stories live. Discover now